De acordo com o relatório desse primeiro quadrimestre do Rabobank, as perdas nos rebanhos de suínos da China devido a Peste Suína Africana (PSA) devem levar a um déficit de 16 m ton de carne suína até o final de 2019. Até a China controlar a doença e ser capaz de reconstruir os plantéis será preciso olhar para outras fontes de proteína para atender as necessidades dos consumidores. A China precisará expandir sua produção de outras proteínas e aumentar as exportações num esforço para preencher as lacunas.
Esforços para expandir a produção avícola na China (frangos e patos) são esperados para impulsionar 10% de crescimento nos estoques em 2019. A Avicultura respondeu por 11% do total de proteínas produzidas no país em 2018.
Ainda de acordo com o relatório o aumento da demanda por carne de frango já é uma resposta a escassez de carne suína no país. Os preços domésticos cresceram 76% em relação ao ano passado, e, num esforço de proteger essa indústria a China tem restringido a importação de ovos e de pintainhos de um dia nos últimos anos. Essa restrição levou a um aumento acentuado nos preços dos pintainhos de um dia.
Os analistas do Rabobank dizem não esperar um grande crescimento de produção de outras proteínas para compensar a falta de carne suína, mas que haja um crescimento menor em relação ao ano anterior nos suprimentos de todas as proteínas.
Exportadores de carne suína serão beneficiados
Ainda de acordo com o Rabobank, os lideres mundiais de produção de carne suína devem se beneficiar da crescente demanda chinesa. A União Europeia, maior fornecedora da China, é a melhor posicionada para atender essa demanda aumentando significativamente as exportações em 2019, seguindo as tenências de 2017 e 2018. Brasil e Canadá também devem elevar suas exportações por já terem uma relação com o país asiático.
Já as exportações dos Estados Unidos seguem limitadas por 62% de tarifas sobre comércio e a proibição do uso de ractopamina, embora negócios de exportação consideráveis ??já tenham sido registrados nas últimas semanas. No total os embarques americanos para a China podem superar 500,000 toneladas.
Para os analista, embarques desses fornecedores chave untamente com suprimentos de exportadores menores, poderia compensar uma demanda estimada de 1,5 a 2,0 milhões de toneladas de carne suína.
Brasil
Quanto ao Brasil, o relatório aponta que as exportações brasileiras de carne suína foram praticamente estáveis neste primeiro quadrimestre de 2019, comparado com o mesmo período de 2018. Após ter um aumento de 220% em 2018, chegando a mais de 115,000 toneladas, as exportações de carne suína para a China caiu 17% durante o 1Q de 2019. Os analistas esperam que os embarques retomem o ritmo em breve, dada ao amplo estoque brasileiro de carne suína e a crescente necessidade da China.
O comercio com a Russia também tem crescido na importância, após a retirada do embargo em novembro de 2018. Desde então a Russia comprou em torno de 17,500 toneladas de carne suína. Ainda, é um número pequeno de plantas brasileiras habilitadas a exportar para o país. Baseado no atual ritmo das exportações, os analistas do Rabobank projetam que o Brasil pode exportar mais ou menos 70,000 toneladas de carne suína para Russia em 2019.
Outro dado divulgado no relatório é que a produção de carne suína brasileira deve crescer entre 4 e 5% em 2019. Depois de um inicio relativamente fraco em 2019, os preços da carne suína estão 25% maiores que no ano passado, chegando a BRL 6,20/KG. Ao mesmo tempo os custos de produção caíram 7%, após uma segunda safra forte de milho. O panorama para mercados globais mais fortes, melhores preços e menores custos devem dar um bom ano para os suinocultores brasleiros.