Principal parceiro comercial de Mato Grosso do Sul, destino de quase 50% de tudo que o Estado exporta, a China e seu mercado consumidor gigante pode impactar positivamente a economia local ao abrir espaço para a carne de frango. “Atualmente, apenas 2% do volume de exportações para a China são de carne processada de ave, e os chineses precisam importar e Mato Grosso do Sul pode fornecer”, observou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck, durante o Almoço-debate Brasil China realizado nesta sexta-feira (31), no Restaurante Yotedi, em Campo Grande.
O evento reuniu empresários brasileiros (na maioria) e chineses e trouxe a Campo Grande o ministro da Embaixada da República da China, Song Yang; e o deputado federal por São Paulo Fausto Pinato, presidente da Frente Parlamentar Brasil China. A organização foi do Lide MS (Lideranças Empresariais) e estavam presentes o presidente da entidade em Mato Grosso do Sul, Carlos Melke Filho; Guto Dobes Filho, CEO da Lide no Estado e José Ricardo dos Santos Júnior, CEO do LIDE China. O secretário de Governo, Eduardo Riedel, representou o governador Reinaldo Azambuja.
A fala do ministro Song Yang foi de incentivo e esperança. A visita recente do vice-presidente da República, Carlos Mourão, animou o governo chinês e estabeleceu os alicerces de uma nova parceria que pode render bons frutos ao Brasil, disse Yang. Ano passado, Brasil e China negociaram US$ 111 bilhões, no primeiro trimestre deste ano a conta já supera US$ 34 milhões. A China produz o dobro de grãos que o Brasil, mas sua população é 17 vezes maior, portanto precisa importar. E a produção brasileira excede muito o consumo interno.
Além de chamar a atenção dos chineses para a carne de frango do Estado, o secretário Jaime Verruck lembrou que apenas 1,62% dos turistas estrangeiros que visitaram Mato Grosso do Sul no ano passado são chineses. “Temos muitos atrativos, o Pantanal, Bonito, os chineses precisam saber disso e precisam conhecer. Vamos investir em campanhas de publicidade lá na China”, afirmou.
Outra área que o Estado quer a parceria com a China é no setor de infraestrutura. Os chineses têm a maior rede ferroviárias de trens de alta velocidade do mundo, supera todos os países, juntos. Tem tecnologia e recursos para investir. Verruck apresentou o traçado do projeto de ferrovia bioceânica ligando o porto de Santos (SP), passando pela Bolívia até chegar aos portos peruanos ou descer para a Argentina, por Antofagasta e chegar ao Chile. Mato Grosso do Sul está no centro dessa rota. “Queremos encurtar em 14 dias a viagem dos produtos brasileiros até a China saindo pelo Pacífico”.
O secretário apresentou, ainda, a produção de carnes de Mato Grosso do Sul – que a China precisa para suprir o mercado interno. No ano passado o Estado abateu e processou 165.540.386 unidades de frango, 1.930.032 cabeças de suínos e 3.293.545 cabeças de bovinos. “Queremos continuar exportando soja, farelo de soja para a China, mas temos a oportunidade de negociar também carne animal processada e isso muito nos interessa”, frisou.