Uma nova forma de classificação dos candidatos foi adotada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) no primeiro processo seletivo de 2018 para o Curso Técnico em Agronegócio. Com o novo formato de seleção, espera-se ampliar ainda mais as chances de acesso ao Ensino Médio pela população rural. O curso, oferecido desde 2015 em conjunto com o Ministério da Educação (MEC), a partir deste ano conta também com a parceria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
As inscrições para o curso estão abertas até o próximo dia 9 de fevereiro e, com a nova pactuação, o público considerado prioritário no processo seletivo passa a ser definido a partir das necessidades detectadas pelo Mapa e de acordo com os critérios do programa federal Bolsa-Formação/Pronatec. Nesta seleção, as prioridades de acesso às vagas serão dos agricultores familiares ou de médio porte e dos agentes de assistência técnica e extensões rurais cadastrados o Programa Rural Sustentável do Mapa, incluindo também técnicos vinculados a empresas do setor agropecuário ou órgãos oficiais credenciados no Programa de Assistência Técnica e Gerencial do Senar (ATeG).
“São mudanças significativas”, considera Maria Cristina Ferreira, coordenadora e Educação Formal do Senar. “Agora o processo iniciou com a identificação do público que precisa desta qualificação, feita pelo Mapa para atender preferencialmente os profissionais que atuam no setor agropecuário”.
Para o Mapa, a formação técnica de quem trabalha no campo é um meio eficaz de se melhorar a qualidade de vida da população rural e também de aumentar a produtividade do País. “O técnico em agronegócio é o profissional que tende a ser cada vez mais valorizado no setor rural – comenta o secretário de Mobilidade Social do Produtor Rural e do Cooperatismo, José Doria. Contribuir para melhorar a renda do produtor e para implementar práticas sustentáveis na atividade agropecuária são duas das suas principais atribuições, o que é fundamental para assegurar investimentos e produção que supra a demanda interna de alimentos e uma fatia crescente de participação no mercado externo”.
Seleção por currículo
A mudança nos critérios de seleção para o Curso Técnico em Agronegócio do Senar inclui também alterações na forma de classificação. A conclusão do Ensino Médio é obrigatória para a inscrição e, em vez de provas, os candidatos vão concorrer com as notas de seu histórico escolar dessa fase de ensino, conforme estabelecido em edital. Será calculada a média aritmética de cada candidato no Ensino Médio e classificados os que apresentarem melhores índices de aproveitamento escolar.
“A forma do processo seletivo precisou ser mudada para que se possa garantir o atendimento prioritário ao público alvo definido pelo Mapa, o que, inclusive, também é uma demanda do sistema Senar. Com a seleção pela aplicação de provas pura e simples isso ficava mais difícil” – pondera Maria Cristina. As vagas que não forem ocupadas pelos que preenchem os requisitos de prioridade poderão ser disputadas pelo público em geral.
Inteiramente gratuito, o Curso Técnico em Agronegócio é semipresencial, com duração de dois anos. Os alunos têm 80% das aulas a distância, com materiais impressos, vídeo aulas e on-line, e também frequentam periodicamente os polos de apoio da Rede e-Tec Senar para aulas presenciais, provas e visitas técnicas a fazendas e agroindústrias onde têm aulas práticas. O curso forma profissionais com capacidade para atuar tanto em propriedades rurais como em empresas comerciais, estabelecimentos agroindustriais ou serviços de assistência técnica, extensão rural e pesquisa.
As inscrições no atual processo seletivo, também gratuitas, são feitas exclusivamente por meio do site http://www.senar.org.br/etec/, onde se encontra disponível o edital do concurso. Ao se inscrever, o candidato precisa anexar a documentação obrigatória prevista e indicar o polo de ensino a que estará vinculado. Estão sendo oferecidas 3.020 vagas em 90 localidades espalhadas por 22 estados do País e o Distrito Federal.