Lançada oficialmente em Curitiba, a Companhia de Energia Paraná 1 (PR1), do sistema Ecoperativa, é a primeira cooperativa de geração distribuída remota de energia elétrica do Paraná. A previsão do projeto é de que a usina, que se encontra em fase de construção na cidade de Fazenda Rio Grande, entre em operação em janeiro de 2019, ofertando para aqueles que aderirem ao sistema, energia a partir de resíduos de biomassa lenhosa, oriundas de podas de árvores das ruas, parques e praças da região metropolitana da capital paranaense.
“É uma proposta que contribui para um mundo mais sustentável ao mesmo tempo que garante a energia elétrica para os cooperados, um produto cada vez mais necessário no mundo de hoje”, comentou o presidente da PR1, Paulo Rabelo, durante o lançamento.
O evento, que aconteceu no último dia 5 de abril no Espaço Encontro da Amazônia, contou com a presença de interessados, investidores e parceiros, e também marcou o pré-lançamento da PR2, que irá atender empresas de pequeno e médio consumo, enquanto que a PR1 irá se direcionar aos consumidores residenciais. Na ocasião, a partir da conta de energia, os presentes puderam fazer simulação da economia que poderão ter aderindo à proposta. O veículo elétrico Twizy, da Renault, esteve em exposição no local.
Juntas as duas unidades possuem 13 mil cotas que estão em fase de comercialização. Cada cota é de 50 kWh energia/mês e no caso de pessoas físicas o custo unitário é de R$ 800,00 mais a taxa de adesão no valor de R$ 400,00. Se a unidade tiver um consumo maior que 50 kWh no mês poderá adquirir mais de uma cota. Mesmo sendo gerada na região metropolitana de Curitiba, a energia pode ser distribuída para qualquer região do Estado, desde que a localidade seja atendida pela Copel.
Pelo sistema Ecoperativa não é necessário fazer alteração no imóvel e todos os trâmites legais e financeiros junto à concessionária são feitos pela própria cooperativa. No final do mês a conta terá descontado o percentual referente a energia gerada pelo sistema.
O vice-presidente da Ecoperativa, Ismênio Castro Braga Junior, calculou que “o cooperado que gerar a própria energia por meio de biomassa terá uma economia de 20% no gasto com o consumo de energia no caso de empresas e de até 30% no caso de residências”, afirmou. Outro fator pertinente é que o consumidor fica imune à incidência de bandeiras tarifárias que alteram os valores da conta de luz.
A proposta foi idealizada pelos empresários Luiz Sperandio e Julio Cesar Giovannetti Netto, a partir das resoluções normativas nº 482/2012 e nº 687/2016 da Agência Nacional de Energia Elétrica.
“Inicialmente pensamos na energia fotovoltaica, mas nos aprofundando no tema e chegamos na biomassa lenhosa, abundante no Paraná e no Brasil. Encontramos mais dois parceiros em Curitiba, um na parte industrial e outro para oferta regular do passivo ambiental”, revelou Luiz Sperandio durante o lançamento.
Segundo a Aneel, o total de consumidores que produzem a própria energia saltou de quatro conexões registradas em 2012 para 36,1 mil em março de 2018. Estima-se que, no ano de 2024, serão mais de 1,2 milhão de consumidores produzindo o equivalente a 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Um levantamento do Instituto DataFolha, realizado em 178 municípios de regiões metropolitanas e cidades do interior do Brasil, revelou que 140 milhões de brasileiros manifestaram interesse em gerar energia para consumo.