A melhor notícia que a suinocultura brasileira poderia ter nesse final de ano foi o anúncio da reabertura do mercado russo. O embargo já durava um ano e trouxe muitas incertezas para o setor. A Rússia sempre foi o principal cliente da carne suína brasileira. O fechamento deixou a indústria suinícola apreensiva, principalmente com o passar dos meses e a não solução do problema. Ao longo do ano, o excedente não exportado para a Rússia foi sendo absorvido por outros mercados, principalmente o chinês, o que aliviou um pouco a pressão sobre o setor produtivo, que enfrentou custos mais elevados principalmente no primeiro semestre do ano.
Mesmo assim, os embarques serão menores nesse ano. De acordo com os dados divulgados de janeiro a outubro de 2018, os volumes recuaram 10%, totalizando 530,5 mil toneladas. Em receita cambial o impacto foi maior. Queda de 27,7% em relação a 2017. No entanto, faltando os resultados de dois meses no ano, há uma expectativa ainda de que os embarques cheguem o mais próximo possível das 690 mil toneladas do ano passado. Isso representaria uma vitória para a suinocultura nacional, que sempre carregou uma dependência muito grande do mercado russo.
Internamente, a produção de carne suína do país deve fechar em um volume estimado em 3,67 milhões de toneladas, o que representaria uma queda de 1,34%, no comparativo com 2017. A ligeira redução tende a equalizar melhor oferta e demanda no próximo ano, que ainda terá custos de produção menores frente à perspectiva da Safra 2018/2019. O maior senão se relaciona à economia brasileira. A retomada de seu crescimento deve impulsionar o consumo doméstico de proteínas, contribuindo para uma maior rentabilidade no setor produtivo. No geral, é possível afirmar que há um grande otimismo em relação a 2019. Nos primeiros meses do ano já poderemos ter uma noção se essa expectativa positiva se confirma, com um ano positivo para os suinocultores após dois anos de grandes dificuldades.
Boa leitura a todos!
Humberto Luis Marques