O Plano Safra 2018 foi a pauta de um encontro realizado na sede da Dália Alimentos na segunda-feira, dia 27 de novembro. A cooperativa de Encantado foi a anfitriã do evento que reuniu em torno de 60 pessoas entre lideranças políticas, representantes das cooperativas Dália, Languiru, Santa Clara e Piá, da Emater/RS-Ascar e do Sicredi. O objetivo foi debater as propostas que serão encaminhadas ao Governo Federal, visando algumas correções e adequações ao Plano Safra 2018, principalmente aos aspectos ligados à agricultura familiar.
O presidente Executivo da Dália Alimentos, Carlos Alberto de Figueiredo Freitas, abriu e conduziu os trabalhos, dizendo que a ideia do encontro surgiu entre as quatro cooperativas, junto com a Emater/RS-Ascar, com a finalidade de elencar propostas para melhorar as condições do plano, principalmente aquelas voltadas às taxas de juros. “O motivo deste encontro é única e exclusivamente visando ao agronegócio. Há gargalos que impedem o desenvolvimento e por isso essa mobilização que conta e precisa do apoio de todos, principalmente o político. Este encontro marca o início de um forte e importante trabalho”. E complementou: “somos mentores, mas queremos que este pleito seja executado em nível estadual”.
Em nome das cooperativas presentes, falou o vice-presidente da Languiru, Renato Kreimeier, que enalteceu a importância do agronegócio para o Brasil, citando que, direta e indiretamente, aproximadamente 100 mil pessoas estão ligadas às quatro cooperativas. “Em torno de 70% dos alimentos produzidos no Brasil provém da agricultura familiar e estas solicitações que estamos externando são pleitos de longa data”. Presente no evento, o secretário de Estado do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio José Minetto, manifestou apoio à causa e comentou que, desde 2015, o Estado investiu R$ 35 milhões na agricultura familiar.
Também participaram do encontro os deputados estaduais Edson Brum, Sérgio Turra e Elton Weber, que são ligados ao agronegócio e apoiam a pauta e demandas explanadas no dia. Brum ressaltou que “queremos mudanças na legislação federal”. Weber classificou o momento como uma reunião histórica e que a discussão é em nível nacional, defendendo que não há como desenvolver um Plano Safra uniforme para todo o país. “É preciso trazer as demandas para cada realidade e região. Não vai ser fácil, mas também não impossível”. Turra, vice-presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, da mesma forma, manifestou apoio e observou que é preciso modificar a realidade do país. “O agro é a salvação das lavouras e do país. Vocês podem contar com a nossa mobilização”, externou.
Prefeitos, vices e secretários também contribuíram com o debate, colocando suas manifestações. O vice-prefeito de Venâncio Aires, Celso Krämer, disse que as propriedades estão sendo abandonadas e que é preciso focar na juventude. “Precisamos de políticas públicas”. O prefeito de Westfália, Otávio Landmeier, que também é agricultor, citou a relevância de abordar questões primárias e relatou que o município registrou redução no número de terraplenagens, o que influencia para o fim de várias propriedades rurais. “Caso continue assim, será o fim da atividade leiteira”, disse, elogiando a iniciativa do encontro. “Onde tem cooperativismo, tem desenvolvimento”.
O prefeito de Nova Bréscia, Marcos Martini, reiterou que os municípios devem unir esforços para fazer com que os jovens permaneceram nas propriedades. “Uma das preocupações é quanto à sucessão familiar e ao receio de investimentos por parte dos produtores em virtude das altas taxas de juros com as quais se deparam”.
O secretário de agricultura de Teutônia, Gilson Hollmann, apresentou dados e demonstrou a preocupação em relação ao abandono de 117 famílias da atividade leiteira, entre os anos de 2014 a 2016, em Teutônia. “Está na hora das coisas começarem a acontecer, de cima para baixo”.
O presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, encerrou o evento, ponderando que as cooperativas estimulam os jovens a permanecerem no campo, contudo, apenas isso já não é mais suficiente diante das dificuldades encontradas. “Este é o início de um grandioso trabalho que, certamente, evitará o êxodo rural e que trará de volta a vida no campo. Estamos trabalhando em equipe e são vários esforços que farão a diferença e a busca dos objetivos”.
Preposições sugeridas:
– Imediata revisão das taxas de juros do atual Plano Safra para a agricultura familiar;
– Readequação de linha de Crédito Pronaf Jovem (16 a 29 anos);
– Readequação da linha de Crédito Pronaf Eco Sustentabilidade Ambiental;
– Adequações no Programa Nacional de Crédito Fundiário;
– Moradia Rural;
– Fortalecimento das entidades de extensão rural e Pesquisa Oficial em nível de unidades federativas;
– Redução de taxas de impostos em infraestruturas produtivas voltadas ao setor primário.