A Terra Indígena do Xingu está desenvolvendo um projeto muito interessante para a redução do uso de combustível fóssil.
Para quem não sabe, gasolina, óleo diesel e carvão mineral são combustíveis fósseis, os quais têm alto potencial poluente. Onde não chega a energia gerada por hidrelétricas, no Brasil, como é o caso das terras do Xingu, ela é gerada por geradores movidos a óleo diesel.
O Programa Ponto de Encontro, na Rádio Nacional da Amazônia, conversou com Paulo Junqueira, coordenador do ISA – Instituto Socioambiental, sobre o projeto que vai implantar placas de energia solar nas 83 aldeias da Terra Indígena do Xingu e reduzir em 75% o consumo do combustível fóssil.
O projeto de levar energia solar para os 6 mil indígenas que vivem no Xingu nasceu de um estudo feito desde 2008 para saber qual é a vocação energética da região. Chegou-se à conclusão, óbvia, de que no Xingu há sol o ano inteiro, logo a principal e melhor fonte energética é o sol, cuja energia é captada por um sistema de placas.
Implementação do projeto
No início do estudo, o Xingu tinha 74 aldeias e, hoje, elas já são 83, o que fez com que o projeto fosse revisto para atender a todas as comunidades. A execução do projeto agora tem previsão de 3 anos.
Primeiramente, a ideia é fazer com que os prédio comunitários funcionem com a energia solar. O primeiro passo do projeto foi formativo, para que os próprios indígenas tenham condições de instalar e fazer a manutenção do sistema. No momento, 20 aldeias já foram atendidas.
Benefícios para as comunidades indígenas
A energia solar vai levar mais desenvolvimento socioeconômico para os povos indígenas do Xingu. Nas aldeias, é produzido mel, são vendidas sementes para projetos de recuperação ambiental e processados pimenta e óleos. Os produtos do Xingu já têm grande aceitação no mercado e com a energia solar a produção vai poder ser expandida.
Outra melhoria será para a saúde da população da região, pois as Unidades Básicas de Saúde (UBS) atendem muitos casos de problemas respiratórios, decorrentes da poluição gerada pelo óleo diesel.
O Parque do Xingu agrega 16 povos diferentes, falantes de 14 línguas.