As notícias de hoje são de que a presidente Dilma Rousseff pretende conduzir pessoalmente a seleção dos contingenciamentos que ocorrerão no Orçamento Geral da União.
A diminuição de gastos faz parte do programa de ajuste fiscal que todos defendem, mas pelo qual ninguém deseja ser atingido.
É normal cada setor defender os seus interesses e teorizar sobre a necessidade de medidas para o conjunto. No entanto, são necessárias as correções de rumo, com decisões que não podem satisfazer a todos.
De outra parte, se contingenciamentos são necessários, é fundamental não desestimular o crescimento econômico e, principalmente, a produção de alimentos ou energia.
Diante disto, na análise dos cortes é preciso que não haja falta de recursos para a agricultura, a pecuária e as agroindústrias. São fundamentais para o abastecimento da população, geração de energias renováveis, aumento dos postos de emprego, crescimento do PIB e aumento das exportações.
Quem conhece os governos internamente sabe que sempre há divergências e debates entre os diversos ministérios, principalmente com a chamada área econômica resistindo a investimentos vistos como despesa pública.
A ministra Kátia Abreu, obviamente, defenderá maior volume de recursos para o setor atinente ao seu ministério, a serem liberados tempestivamente e com taxas de juros que, mesmo aumentadas, devem ser compatíveis com as atividades a que se destinam.
Em um governo é fundamental que não haja bate-boca com repercussão pública, mas a firmeza nas reivindicações por cada ministério é muito importante.
As diversas entidades vinculadas ao chamado setor primário da economia e às agroindústrias precisam reivindicar ostensivamente, com argumentos fortes e insistência, para respaldar os pleitos internos que a ministra da Agricultura deverá encaminhar dentro do governo.