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Mercado Interno

Queda no consumo de carne bovina põe os frigoríficos em alerta

Diante de combinação de fatores negativos, está em curso um movimento de redução forçada da capacidade de abate.

Queda no consumo de carne bovina põe os frigoríficos em alerta

Os frigoríficos brasileiros iniciaram 2015 assolados por uma espécie de tempestade perfeita. Os preços do boi gordo estão em nível recorde – R$ 148,7 por arroba – e a demanda por carne caiu no mercado doméstico e em importantes países importadores, como Rússia e Venezuela, o que corroeu a margem da atividade e a levou ao menor nível desde 2008. Além disso, as empresas, principalmente os frigoríficos pequenos e médios, convivem com dificuldades para obter crédito.

Diante dessa combinação de fatores negativos, está em curso um movimento de redução forçada da capacidade de abate.
Segundo a Agroconsult, a margem bruta da atividade está hoje em 1,99% – esse índice é a diferença entre o preço de venda da carne desossada no atacado e o preço do boi gordo em São Paulo. É o pior nível desde julho de 2008, quando as margens ficaram negativas em 5,53%.

A demanda fraca fez com que, de janeiro a março, o preço da carcaça bovina vendida no atacado caísse 1,2% e o dos cortes desossados, 2%. Essa queda no atacado não foi repassada ao consumidor, que amargou um aumento de 0,76%. O preço da carne já está muito alto no varejo e o consumidor vem optando pela carne de frango.

Tida como tábua de salvação dos frigoríficos, as exportações – mesmo que beneficiadas pela desvalorização do real – iniciaram o ano sofrendo os efeitos colaterais da queda dos preços do petróleo, que atingiu alguns dos principais importadores do Brasil: Rússia, Venezuela e países do Oriente Médio. As vendas para a Rússia, por exemplo, caíram 65,6% em valores e 58,9% em volume nos primeiros dois meses de 2015. No caso da Venezuela, a queda foi de 48% em receita e 50,1% em volume.