Representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) defenderam a “fidelização” dos embarques de produtos cárneos do Brasil para o mercado da Rússia, em reuniões realizadas com autoridades e empresários russos durante viagem ao país. “Importadores russos fizeram coro conosco sobre a importância de mantermos o ritmo das exportações”, disse o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, em nota enviada pela entidade na sexta-feira (10). “É fundamental consolidarmos a constância dos embarques para um melhor planejamento que beneficiará tanto os exportadores daqui quanto os clientes e consumidores da Rússia”, completou Turra. Turra e o vice-presidente de Suínos da ABPA, Rui Eduardo Saldanha Vargas, encerraram na quinta-feira (9) a participação dos setores de aves e suínos na missão brasileira, comandada pela presidente Dilma Rousseff, em encontro dos BRICS, na Rússia.
A ABPA informou que, além do setor de cárneos, foram obtidos avanços nas negociações com a Rússia para a abertura do mercado para ovos férteis e material genético avícola do Brasil. “Trata-se de um segmento de altíssimo valor agregado, no qual nos consolidamos como plataforma exportadora. Temos boas expectativas quanto à viabilização destes negócios”, disse Turra. No fim de maio, a Rússia suspendeu temporariamente as compras de carne de dez plantas frigoríficas brasileiras, duas delas de suínos e as demais de bovinos.
A Rússia faz periodicamente avaliações sanitárias de plantas das quais compra produtos cárneos, suspendendo importações, em alguns casos, até que sejam realizadas correções. A desvalorização da moeda russa, o rublo, e a queda no preço do petróleo, commodity da qual a Rússia é altamente dependente, são alguns fatores que agravaram a crise econômica no país desde o ano passado, e que também colaboraram para reduzir suas importações de produtos como as carnes brasileiras recentemente.