As próximas duas semanas serão decisivas para uma safra de soja e milho de verão equivalente ou melhor que a do ano passado no Paraná. Há potencial para 22,7 milhões de toneladas nas duas culturas. A oleaginosa tende a avançar 5% no estado, para 16,97 milhões de toneladas, enquanto o milho teve área reduzida e deve render 5,69 milhões de toneladas, conforme a Expedição Safra.
Em viagem pelo interior do estado, técnicos e jornalistas do projeto conferem que, com uma ou duas boas chuvas, praticamente todas as regiões deverão confirmar uma safra cheia em meados de fevereiro. Houve estiagem em dezembro — que durou até 20 dias em algumas localidades –, mas as áreas prejudicadas representam cerca de 3% das lavouras e, como parte delas se recuperou, a tendência é que os registros de quebra se diluam nos resultados gerais.
“A partir da terceira semana de fevereiro, as regiões do Paraná que continuarão dependendo de chuva [Campos Gerais e Sul] são as que muito raramente registram estiagens”, aponta o agrônomo Robson Mafioleti, colaborador da Expedição e assessor técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
As previsões meteorológicas indicam que haverá queda no volume de chuvas nos próximos dez dias. Precipitações isoladas devem garantir de 2 a 5 milímetros em média para os campos de Cascavel, por exemplo.
Os técnicos e jornalistas do projeto chegam a campo num momento em que dois terços das áreas produtoras de grãos estão na fase final (enchimento de grãos e maturação), de acordo com dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. Já em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, esse estágio deve ser atingido por mais de 50% das lavouras nos próximos dias.
Centro-Oeste – Simultaneamente, outra equipe da Expedição Safra está conferindo a produção no Centro-Oeste. Na última semana, o projeto acompanhou o otimismo dos produtores em Mato Grosso, mesmo diante de ataques de pragas como a lagarta falsa medideira. Médias de 3,5 mil quilos por hectare encorpam os resultados gerais.
As medidas adotadas nesta safra para conter a disseminação da Helicoverpa armigera surtiram efeito e a lagarta já não é mais uma ameaça. Em contrapartida, os produtores do estado lutam agora contra a falsa medideira, até o ano passado considerada secundária. Um dos motivos para a proliferação da praga, segundo os técnicos, pode ter sido o excesso de tratamentos contra Helicoverpa, que acabou eliminado os inimigos naturais das lagartas.