A campanha da chanceler alemã Angela Merkel para limitar as mudanças climáticas com um sistema energético baseado em fontes renováveis está reduzindo os lucros de empresas fornecedoras de 57 por cento da energia que mantém a maior economia da Europa em funcionamento.
A energia solar e a eólica podem responder por cerca de metade da capacidade de geração da Alemanha até 2020, contra 37 por cento em 2013, segundo dados da Bryan, Garnier Co. As perdas ameaçariam o fornecimento de eletricidade, disse Bernhard Guenther, diretor financeiro da RWE, no dia 4 de março.
“A situação é clara: as usinas energéticas que já não podem operar economicamente e que não são necessárias para manter a estabilidade do sistema serão desativadas”, disse o CEO da EON SE, Johannes Teyssen, a repórteres, em Dusseldorf, Alemanha, no dia 12 de março. “Se essa tendência continuar inabalada, muito em breve teremos uma séria escassez de capacidade. E, nesse caso, a segurança absoluta da oferta já não será inquestionável”.
Perdendo dinheiro
A lucratividade das usinas de carvão caiu 11 por cento em fevereiro e estava em 6,02 euros (US$ 8,38) o megawatt-hora hoje. O chamado clean-dark spread, um cálculo baseado nos preços da energia, o combustível e as emissões de CO² para o ano seguinte, atingiu uma baixa de 1,22 euro o megawatt-hora em dezembro de 2010, segundo dados compilados pela Bloomberg desde outubro de 2009.