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Economia

Tradings preveem China mais ativa no mercado de commodities

País asiático vem abandonando sua tradicional política de autossuficiência alimentar.

Tradings preveem China mais ativa no mercado de commodities

Os principais executivos de duas das maiores tradings agrícolas do mundo esperam da China uma posição ainda mais ativa nos mercados globais de commodities agrícolas nos próximos anos, já que Pequim está deixando de lado sua política de tentar garantir a autossuficiência do país em grãos.

Segundo Soren Schroder, diretor-presidente da Bunge, e Juan Luciano, presidente e diretor operacional da ADM, recentes movimentações da China National Cereals, Oil and Foodstuffs Corp. (Cofco) para adquirir participações em tradings estrangeiras que atuam no mercado de commodities agrícolas mostram que o país tende a ficar mais dependente de importações nessa frente. As duas empresas têm sede nos EUA e operações significativas na China.

“Acho que isso é totalmente consistente com a estratégia de segurança alimentar exposta no plano quinquenal da China. Faz todo sentido do mundo que a Cofco queira estar de alguma forma conectada diretamente com as fontes”, disse Schroder ontem durante o Seminário Global de Commodities realizado pelo “Financial Times”, na Suíça.

A China já importa 69 milhões de toneladas de soja por ano, ou dois terços do volume total exportado no mundo. As importações de milho do país, por sua vez, tendem a triplicar na próxima década e atingir 22 milhões de toneladas, segundo estimativas do Departamento da Agricultura dos Estados Unidos (USDA) – em pronunciamentos recentes sobre suas políticas, o governo chinês abandonou sua relutância em buscar fora do país grãos como milho.

Em fevereiro, a Cofco acertou a compra do controle da trading agrícola holandesa Nidera, por cerca de US$ 1,3 bilhão, e obteve com isso acesso direto a fontes de suprimento na América do Sul. Nesta semana, a empresa poderá anunciar também a compra de uma participação majoritária da unidade de commodities agrícolas da trading Noble Group, com ações negociadas em Cingapura.

“Como acho que eles ficarão mais dependentes dos mercados globais, faz sentido ter uma estratégia que implique maior habilidade para originar esses grãos em várias partes do mundo”, disse Luciano. “Acredito que a Cofco continuará comprando e negociando com todas as empresas. A China é maior que uma ou duas empresas. Mas essa é uma maneira de lidar com o fato de que eles não alegam mais serem autossuficientes”, afirmou Schroder.