Recebi interessante texto do diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul – Sips/RS – Rogério Kerber.
A preocupação que ele manifesta é válida não apenas para a suinocultura, mas para a avicultura de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
Faz referência às exportações de milho dos dois estados.
Transmito, textualmente, sua mensagem:
“Exportações de milho do RS e SC surpreendem pelo volume embarcado. Em 2013 o entendimento era pelo cumprimento adicional de contratos não performados em 2012, em razão das condições climáticas adversas na safra de 2012. No RS, com uma produção estimada em 5,3 milhões/ton., um consumo projetado em 5,9 milhões/ton. e uma exportação já consolidada de 0,564 milhões/ton., as aquisições de outro centro produtores, até agora, já indicam 1,164 milhões/ton.”
Como contribuição para a revista alusiva ao 6º Fórum Nacional do Milho, o diretor-executivo do Sips/RS enviou texto defendendo a criação do programa Mais Milho, a exemplo do Mais Pecuária, que abrange carne bovina e leite.
Segundo ele:
“O Programa Mais Milho levaria em consideração a concessão de uma subvenção no custeio da lavoura, para a sua formação nas regiões com déficit entre produção e demanda. Além da questão econômica estaria sendo contemplada a questão ambiental, alívio na pressão sobre a malha viária, dando competividade à produção de carnes de aves e suínas nas áreas com tradição, com proximidade dos portos e considerando a expertise destas produções na Região Sul.”
É uma posição lúcida, que foi endossada em texto que recebemos da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA – presidida pelo ex-ministro Francisco Turra.
O milho é imprescindível para a produção de rações, com vistas à criação de animais e à consequente geração de proteínas para alimentação humana.
Há estados, embora produtores, demandantes dos volumes necessários à complementação do consumo interno. É o caso do Rio Grande do Sul e, mais acentuadamente, Santa Catarina. No entanto, o milho é uma commodity, com preço fixado pelo mercado internacional e o Brasil conquistou posição entre os exportadores mundiais.
No entanto, é fundamental garantir o abastecimento interno. É preciso que haja políticas garantindo financiamento para estocagem do grão nas áreas agroindustriais, além do uso de mecanismos institucionais garantidores de movimentação das safras internamente.
Para tanto, é importante que haja estímulo à produção, através do aumento da produtividade, próximo às regiões de consumo.
Estamos passando este assunto, com as sugestões, ao ministro Neri Geller, que deverá manifestar-se a respeito em texto a ser publicado na revista do 6º Fórum Nacional do Milho.