A Câmara de Comércio de Puerto Cabello, cidade que aloja um dos principais terminais marítimos da Venezuela, informou que o país caribenho está recebendo remessas massivas de frango, principalmente do Brasil, para amenizar a escassez de alimentos.
“Do Brasil foram despachados 46 contêineres com 1.470 toneladas de frango, da Argentina chegaram 17 vans com mais de 599 toneladas de carne e frango congelado”, disse a entidade comercial.
O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de frangos do mundo, com envios ao exterior que registraram em abril 352,1 mil toneladas por quase 700 milhões de dólares, segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
Consultada pelo 247, a entidade indicou que a Venezuela se tornou, no primeiro quadrimestre deste ano, o sétimo maior cliente para os exportadores de frango do Brasil, com uma participação no mercado de 4,8%.
O Brasil vendeu para a Venezuela 62.043 toneladas de frango apenas entre janeiro e abril, enquanto em todo o ano de 2013 foram vendidas 162.563 toneladas.
Puerto Cabello está situada no estado venezuelano de Carabobo. Pelo terminal marítimo que fica na cidade, entra uma grande quantidade de bens primários para o abastecimento de indústrias nas cidades de Valencia e Maracay.
A Câmara informou também que chegou recentemente, de Georgetown, Guiana, uma remessa de seis mil toneladas de arroz importada pela estatal Corporação de Abastecimento e Serviços Agrícolas (CASA).
Da mesma forma se registra o ingresso em cais de cerca de 900 toneladas de polpa de pera e maçã, precedentes de Cartagena, Colômbia. Também chegaram mais de 300 toneladas de pêssegos em caldas e 40 toneladas de legumes congelados, segundo indica o relatório da Câmara de Comércio.
Na semana passada havia 13 embarcações na área de ancoragem de Puerto Cabello, várias delas eram buques de grãos alimentícios, carregados de arroz e milho, além de outras mercadorias.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, realizou no ano passado uma viagem pela Argentina, Brasil e Uruguai – três grandes produtores de proteínas –, com o objetivo principal de prover-se de reservas alimentícias.
O governo venezuelano enfrenta protestos e um forte descontentamento da população devido a uma elevada inflação e ao desabastecimento de todo tipo de produtos, causado por controles cambiários e também de preços, após uma severa queda da moeda nacional.
Nos armazéns e supermercados de Caracas e outras cidades da Venezuela tem-se tornado cada vez mais comum a falta de produtos básicos como laticínios, frango, azeite, óleos, farinha de milho, além de outros artigos como guardanapos e papel higiênico.
Maduro herdou de Chávez uma economia com recursos financeiros esgotados.