A União Europeia tranquilizou os avicultores brasileiros, dizendo que as chances da gripe aviária chegar ao país são mínimas. Um recente surto de gripe aviária na Europa, que já atinge três países no continente, ameaça o mercado de aves.
O vírus em circulação é o H5N8, que não pode ser transmitido para humanos, mas que causa grandes prejuízos para a avicultura. Foram detectados dois focos na Holanda, um na Alemanha e outro na Grã-Bretanha.
– Em relação ao risco para a indústria brasileira, não há nenhum, porque não há exportação de carne de aves da Europa para o Brasil, e o material que se exporta para o Brasil, material genético, aves reprodutoras, estão sob total controle. Não há qualquer perigo. Essas aves que são exportadas para o Brasil, elas seguem o maior controle e é efetivada a exportação através de garantias oficiais de certificação – afirmou o representante da delegação da UE para áreas sanitárias no Brasil, Rui Ludovino.
Para o diretor de mercado da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o surto não deve prejudicar ou reduzir o consumo da carne.
– Claro que qualquer evento sanitário aumenta a tensão. Os focos que estão na Europa não têm o mesmo significado que a gripe aviária que era produzida pelo H1N1. Essa é uma doença que só ataca os animais. Não tem impacto sobre saúde pública – diz Jurandir Soares, diretor de mercado da ABPA.
O encontro entre os europeus e o setor produtivo aconteceu em um evento sobre bem-estar animal, promovido pelo Ministério da Agricultura (Mapa), em Brasília (DF). A veterinária responsável pela comissão que debate o assunto no governo, falou também sobre outro fator importante para a avicultura: a UE estabeleceu parâmetros para o abate dos animais, que é feito através de um choque elétrico que insensibiliza a ave antes da sangria. Agora, o Brasil vai ter de atualizar as regras para se adequar aos parâmetros internacionais.
– Hoje, no Brasil, nós não temos parâmetros fixos, porque variam muito as condições dos nossos abatedouros e, na verdade, esses parâmetros não serão a princípio cobrados pela EU, porque o que nós temos que ter com eles é uma legislação equivalente. Ou seja, não significa que nós temos que fazer exatamente as mesmas coisas, dos mesmos jeitos. O que nós devemos é demonstrar que os resultados que nós obtemos são sim equivalentes, iguais aos europeus – conclui Lizie Buss.