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Insumos

Para garantir abate, frigorífico importa milho do Paraguai

Globoaves indica que cerca de 80 caminhões aguardavam para descarregar milho vindo do Paraguai na fábrica de rações da empresa.

Para garantir abate, frigorífico importa milho do Paraguai

A colheita de uma safra recorde de mais de 70 milhões de toneladas de milho no ano passado não foi suficiente livrar o país do desabastecimento. É que, com a quebra de quase 100 milhões de toneladas na produção norte-americana, as grandes multinacionais do agronegócio arremataram boa parte da safra nacional para a exportação, obrigando muitas empresas a recorrer ao mercado internacional para não parar. Foi o caso da Globoaves, uma das maiores do segmento avícola do país e com sede em Cascavel, no Oeste do Paraná. Na manhã de ontem, cerca de 80 caminhões aguardavam para descarregar milho vindo do Paraguai na fábrica de rações da empresa, em Toledo.

Para não paralisar a produção na unidade e deixar na mão os cerca de 230 avicultores integrados ao frigorífico de Cascavel que dependem do insumo para engordas os frangos, a Globoaves importou 60 mil toneladas do cereal paraguaio desde julho do ano passado – metade do total necessário para abastecer a planta de Toledo, que tem capacidade para produzir 30 mil toneladas mensais de ração.

De acordo com Roberto Kaefer, diretor-presidente da Globoaves, a opção pelo milho paraguaio se deve ao fato de que o preço do produto está “razoavelmente melhor” e o pagamento pode ser feito com um prazo de 30 dias. Além disso, a importação é realizada no sistema drawback, no qual não há incidência de impostos como PIS, Cofins e ICMS, já que o insumo é transformado no Brasil para exportação em forma de carne de frango. Segundo ele, a compra de milho do Paraguai deve se estenderá até março, quando começa a colheita da safrinha brasileira, mas o empresário diz que não pretende cortar o vínculo com os produtores do país vizinho.

Expectativa

Para Kaefer, a crise que afetou a avicultura e suinocultura brasileira ficou no passado. “O problema econômico que as empresas tiveram foi a demora de ajuste entre a produção, com alto custo que tínhamos, e a demanda. Então você tinha uma produção alta, um custo alto e chegava ao mercado havia uma superoferta com o preço lá embaixo. Isso foi o que quebrou muitas empresas do setor de aves e suínos no Brasil”, diz.

Hoje, segundo Kaefer, o frango teve valorização de 40% e as expectativas são boas. “Tem tudo para ser um excelente ano para o setor da carne porque houve um ajuste da produção. Nós caímos na produção e a demanda está equacionada”, avalia.