Os países do Oriente Médio e do Norte da África estão no centro dos planos de expansão da Minerva Foods, frigorífico com sede em Barretos, cidade no interior de São Paulo. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (20), o presidente da empresa, Fernando Galletti de Queiroz, afirmou que os países árabes compraram aproximadamente 35% dos embarques da empresa no segundo trimestre deste ano e deverão aumentar essa participação nos próximos anos.
“A região tem um volume de importação grande, uma população crescente e não tem como produzir proteínas (devido a fatores climáticos). Além disso, 98% da população é muçulmana e não consome carne de porco. Eles são um grande foco da Minerva. Os gastos com alimentação consomem entre 35% e 45% do orçamento das famílias. Então é importante para os governos manter a inflação dos alimentos sobre controle. Vemos a região com bons olhos”, afirmou Queiroz. A empresa considera neste grupo os 22 países árabes, além de Irã e Turquia, que não são árabes.
No segundo trimestre deste ano, a empresa obteve R$ 1,4 bilhão de receita. Desse total, R$ 930 milhões foram provenientes de exportações e R$ 470 milhões das vendas no mercado interno. Entre os árabes, a empresa tem escritórios na Argélia, Líbano e Arábia Saudita. Há um escritório no Irã, que também atende a região.
Conjuntura – A Minerva também pretende crescer em outros mercados, além do árabe. Em breve deverá abrir dois escritórios na Ásia e ampliar suas vendas para países emergentes, que são aqueles onde a comercialização mais cresce. Das vendas de carnes brasileiras no segundo semestre, 25,6% foram para a Rússia; 20,2% para Hong Kong; 10,9% para a Venezuela; 9,1% para o Egito; 7,7%, para o Chile; 3,8% para o Irã. Os outros mercados, juntos, importaram 22,8% da produção brasileira.
Em relação à produção e ao consumo brasileiros, o chefe de pesquisas da Minerva, Fabiano Tito Rosa, afirmou que o País deverá ampliar nos próximos anos sua participação como maior exportador mundial de carne bovina devido a fatores como maior produtividade e queda nos volumes de grandes produtores mundiais, como os Estados Unidos. As exportações brasileiras cresceram 559,7% entre 1997 e 2012. A média mundial foi de aumento de 39,6% nas vendas externas. Em julho, o País exportou 105 mil toneladas de carne e há previsão de que em agosto as vendas cheguem a 106 mil toneladas.
Outros objetivos – Rosa afirmou que as exportações são um dos focos da empresa. Ele disse, contudo, que a companhia pretende ampliar sua presença em empresas de pequeno e médio porte do varejo brasileiro e por meio do setor de Food Service, que atende restaurantes e redes de fast food, entre outros. As vendas deste segmento cresceram 131,5% no segundo trimestre de 2013 em comparação com o mesmo período de 2012.