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Exportação

Exportações crescerão apenas 1,5% em 2013 na América Latina

Segundo a Cepal, o fraco desempenho se deve à crise mundial;

Exportações crescerão apenas 1,5% em 2013 na América Latina

As exportações latino-americanas crescerão apenas 1,5% em 2013, em linha com a frágil expansão do ano anterior, devido ao escasso dinamismo da economia mundial, projetou nesta terça-feira a Comissão para a América Latina e o Caribe (Cepal).
O México, o principal exportador regional, registraria um crescimento de 3%, enquanto o Brasil, o segundo maior exportador regional, registraria uma estagnação de suas exportações.

“As exportações de nossa região foram as mais afetadas por esta crise”, disse em coletiva de imprensa a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena, ao apresentar um relatório anual sobre exportações regionais.

Para 2013, a Cepal “projeta um crescimento do valor das exportações regionais de apenas 1,5% (3% em volume e uma queda dos preços de 1,5%), similar à expansão de 1,4% registrada em 2012”, indicou o organismo em um relatório anual.

“O desempenho do comércio exterior da América Latina e Caribe reflete a fraca conjuntura econômica mundial”, que este ano deve se expandir 2,5%, acrescenta o documento apresentado nesta terça-feira na sede da Cepal em Santiago.

O valor das importações, contudo, se expandiria 4,5%, fazendo o superávit comercial da região, que alcançou 41 bilhões de dólares em 2012, se reduzir a 8 bilhões de dólares em 2013.

A Cepal prevê que “o México e a América Central, cujas vendas externas se dirigem principalmente aos Estados Unidos, sejam beneficiados pela incipiente recuperação deste país”.

“No caso do México, sua estrutura produtiva continua sendo muito dependente dos Estados Unidos”, explicou Bárcena.

Contudo, “o lento crescimento europeu freará as exportações de alguns dos países sul-americanos que estão mais orientados a este mercado”, acrescenta a Cepal.

Por país, Paraguai e Uruguai registrariam os maiores aumentos do valor exportado em 2013 (33% e 14%, respectivamente), pela forte expansão de suas exportações de soja e carne.

A Argentina, apresentará um aumento de 6,7% em suas exportações, com a alta da venda de seus produtos primários (soja principalmente), enquanto suas importações subirão 8,7%, pelo comércio e energia.

Países como Peru e Guatemala registrariam quedas no valor de suas exportações, de 7% e 5% respectivamente, enquanto o Chile terá uma alta em suas vendas ao exterior de 2,8%.

Integração frente aos riscos externos

As exportações da região correm o risco de serem ainda mais afetadas no futuro pela incerteza sobre o fim do estímulo monetário nos Estados Unidos, a desaceleração econômica da China, que crescerá 7,5% este ano e a instabilidade no Oriente Médio, explicou a Cepal.

Os países da América Latina e do Caribe cujas exportações se orientam à China e ao restante da Ásia, “provavelmente terão um maior crescimento em volume mas, ao mesmo tempo, uma mudança gradual na demanda de produtos básicos para os mais elaborados”.

Diante disso, a Cepal aconselhou os países da região uma maior integração de suas economias.

“Claramente, se houver um esforço maior em termos de investimento em infraestrutura regional, que melhore a conectividade dos mercados, que permita o deslocamento dos bens e pessoas, haverá um melhor comércio entre países da América Latina”, disse à AFP, Osvaldo Rosales, diretor geral da divisão do Comércio Internacional da Cepal.

O organismo sugeriu também um complemento entre os blocos comerciais existentes, como o caso da Aliança do Pacífico – formada por México, Colômbia, Chile e Peru – com o Mercosul, do qual fazem parte Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela.

“Uma nova cultura de integração implica que também seja abordada uma agenda social, ambiental, de desenvolvimento, que nos permita superar o problema de ser a região mais desigual do planeta”, disse Bárcena.