Avicultores das regiões Sul e Norte do Estado estiveram nas dependências do Plenarinho da Assembleia Legislativa, em Florianópolis, nessa segunda-feira, em uma reunião ampliada da Comissão de Agricultura e Política Rural sobre a crise no setor. Os produtores reclamam principalmente dos preços do frango pago pelas integradoras, que não cobrem os custos de produção e inviabilizam a permanência na atividade. O presidente da principal integradora do Estado, a JBS Aves Brasil, Jamis Cleary, prometeu a negociação aberta com os avicultores e uma solução até o dia 23 deste mês.
A JBS tem 753 integrados e 5,1 mil empregos gerados em Santa Catarina. “Pedimos tempo e serenidade para negociar. Não negociamos sob ameaça”. A empresa ainda se comprometeu a contratar um estudo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para revisar os custos de produção.
O presidente da Associação dos Avicultores do Sul do Estado, Emir Tezza, ameaçou parar a produção, caso não haja negociação efetiva e aumento no valor pago pela integradora. “Se continuar assim, a avicultura não dura mais dois anos. Vamos parar”, disparou sob forte aplauso dos presentes. Tezza ainda cobrou a postura dos políticos frente à situação. “Parece que a agroindústria é intocável. Tem que olhar pros dois lados. Na integração, estamos lá em baixo. Falta nivelamento”. Uma comissão de avicultores já está formada e em tratativas com a JBS.
Ainda segundo informações da Assembleia Legislativa, o presidente da Comissão de Agricultura e Política Rural, deputado Moacir Sopelsa (PMDB), disse que a economia do Estado depende da avicultura e que os produtores devem ser valorizados. “Deve haver um consenso”. A deputada Ana Paula Lima (PT), proponente de audiência pública realizada em setembro em Nova Veneza, disse que a luta pela classe é justa. “A assembleia está do lado de vocês. A reunião foi muito positiva. Hoje ouvimos várias palavras que, tenho certeza, serão cumpridas”, disse.
Foto: Carlos Kilian/Agência AL