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Agroindústrias

JBS lidera produção mundial de frango

A brasileira BRF foi a líder no abate mundial de aves no ano passado, conforme levantamento da revista "Industria Avícola".

JBS lidera produção mundial de frango

A brasileira BRF foi a líder no abate mundial de aves no ano passado, conforme levantamento da revista “Industria Avícola”, uma referência de informações no segmento. Isoladamente, numa lista de 50 companhias, a BRF ficou no primeiro posto com um abate de 1,878 bilhão de aves em 2102, à frente da americana Tyson, nos EUA, com 1,840 bilhão de unidades. Em terceiro vem a também americana Pilgrim’s Corp. – que é controlada pela brasileira JBS -, cujo abate alcançou 1,721 bilhão de aves, segundo o levantamento. A revista Industria Avícola é publicada pela WattAgnet, rede de informações globais sobre o agribusiness baseada nos EUA.

Apesar de se referirem ao ano passado e por isso correrem o risco de alguma defasagem, os dados são um importante indicador sobre quem devem ser os maiores no abate de aves no mundo neste ano e nos próximos. O ranking da Industria Avícola considera as empresas de forma isolada, isto é, levando em conta a operação apenas no país de origem. Quando se considera o desempenho das companhias em suas diferentes regiões de atuação no mundo, contudo, o quadro muda. Então, a também brasileira JBS vira a líder no abate mundial de aves.

No ranking das 50 maiores da publicação, a JBS Aves está em 23º lugar, com abate de 275,8 milhões de cabeças em 2012. Mas somando esse número ao abate da Pilgrim’s (EUA e México) e ao da Seara – recém-adquirida da Marfrig -, a JBS vira a primeira no mundo, muito à frente de BRF e Tyson (ver quadro). Nesse cenário, a JBS como um todo soma um abate anual de 2,950 bilhões de aves. Assim, a empresa, que tem sua origem no abate de bovinos, torna-se a maior em aves no mundo.

Usando o mesmo raciocínio para a Tyson Foods, a companhia americana alcança um abate de 2,02 bilhões de aves em 2012, considerando suas operações nos EUA e no México, que constam do ranking. A empresa também tem atividade no Brasil, mas não incluída na lista das 50 maiores. A Tyson é, também conforme esse critério, a segunda em abate de aves no mundo.

Sem a Seara, adquirida em junho deste ano, a JBS já seria a maior no abate de aves considerando todas as operações que possuía em 2012. Mas a compra da companhia fez a JBS dar um salto enorme, distanciando-se das demais, num sinal claro do aumento da concentração no segmento no mundo. O movimento favorece a empresa, mas é uma preocupação para os países que dependem de importações.

“A diferença em relação às outras é muito grande. O que chama mais a atenção é que [o abate da JBS] chega a 2,9 bilhões de aves”, observa José Carlos Godoy, secretário-executivo da Apinco (Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte) e um grande conhecedor da avicultura nacional. O número supera em 1 bilhão o da BRF.

A lista das 50 maiores no abate tem além das brasileiras, 13 empresas chinesas, duas da Africa do Sul e duas da Turquia e apenas uma da França – outrora um produtor importante de aves – e outra da Argentina. A paranaense Diplomata, que pediu recuperação judicial, também está entre as 50 maiores.

Os números envolvendo as empresas brasileiras do ranking impressionam por si só. O abate total de JBS (das diferentes operações) mais o da BRF alcançou 4,829 bilhões de aves no ano passado. Para se ter uma ideia do gigantismo do número, basta comparar: em 2012, o Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, abateu cerca de 5,7 bilhões de aves.

Na avaliação de José Carlos Godoy, da Apinco, os números do abate global de aves neste ano não devem ter alterações significativas em relação a 2012. Apesar de a China ser a maior representada no ranking, o especialista afirma que o crescimento da avicultura no país asiático ” não é explosivo como era antigamente”. A razão é principalmente o custo dos insumos, como grãos, para produzir aves, que a China precisa importar.

Nos Estados Unidos, afirma, a expectativa é de estabilidade à leve alta na produção, também reflexo de custos elevados, ainda que estes estejam em patamares inferiores aos de 2012.

No Brasil, a expectativa é de que o alojamento de pintos de corte aumente 2% a 3% sobre 2012, quando o setor viveu uma crise de custos e o número alcançou 6 bilhões de cabeças. O montante de aves alojado não coincide com o total abatido pelas empresas num ano, já que há uma perda embutida. Além disso, uma ave alojada num determinado dia do mês só é abatida 45 dias depois. Assim, o animal alojado em dezembro deste ano por exemplo entrará nos números de abate de frango de 2014.