A recente rejeição da China a carregamentos de milho norte-americano contendo uma variedade transgênica não aprovada para importação pode afetar as exportações dos EUA para o país asiático.
Qualquer redução nas exportações norte-americanas para a China podem influenciar os preços internacionais do grão, que já caíram 40% no último ano em meio a safras robustas nos dois países.
Alguns anos atrás, as importações chinesas de milho não faziam grande diferença nas cotações internacionais, mas as compras aumentaram significativamente nos últimos anos, principalmente de estoques dos EUA.
No ano comercial que terminou em setembro, a China importou 5,2 milhões de toneladas do grão, que é usado principalmente em ração animal. O volume ficou estável em relação ao ano anterior mas foi cinco vezes o importado em 2010/2011.
No começo desta semana, a China rejeitou mais de 120 mil toneladas de milho norte-americano em cinco carregamentos diferentes, devido à presença da variedade geneticamente modificada e resistente a insetos MIR162.
“Devemos ver menos embarques dos EUA nos próximos meses, já que a China parece estar endurecendo a fiscalização sobre importações de transgênicos”, disse o analista Zhang Yan, da consultoria Shanghai JCI.
Segundo Zhang, as importações devem ficar bem abaixo da estimativa original, que era de um volume entre 1 milhão e 2 milhões de toneladas. Em 2012/2013, os EUA responderam por 98% do milho importado pela China.
Apesar da rejeição aos carregamentos norte-americanos, a China autorizou em agosto a importação de 60 mil toneladas de milho transgênico da Argentina, sem especificar a variedade.
A produção chinesa este ano deve aumentar 4,6% para 215 milhões de toneladas, o quarto recorde consecutivo. A demanda, no entanto, também deve crescer, impulsionada principalmente pelo aumento do consumo de carne suína.