A fusão entre Sadia e Perdigão, que resultou na criação da BRF Brasil Foods, em julho do ano passado, ainda gera polêmica. Um grupo de avicultores do Distrito Federal realizou protesto contra a operação, nesta quarta, dia 25, em Brasília. Os manifestantes afirmam não terem sido ouvidos durante o processo de união das empresas. Eles reivindicam garantias, como a manutenção de contratos e uma remuneração que cubra os custos de produção e honre os financiamentos. A insegurança é justificada pela série de exigências feitas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), como a venda de fábricas, abatedouros e a transferência de contratos com fornecedores.
Além do Distrito Federal, as vendas devem afetar os Estados da Bahia, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de acordo com o presidente do Sindicato da Avicultura do Distrito Federal, Laurentino Fernandes Batista.
“Nós temos um contrato com uma integradora, claramente desfavorável. E vem outra integradora. Isso nos preocupa. Temos financiamento, por exemplo, de 12 anos, ou fizemos investimentos do nosso bolso. Não queremos que vá pelos ares”, ressalta.
No final da manhã os manifestantes foram recebidos pelo presidente em exercício do Cade, Olavo Chinaglia, que se comprometeu a analisar o caso.
“Se esse problema puder ser caracterizado como uma violação ao acordo com o Cade, a consequência pode ser a revogação da decisão que autorizou o negócio e a determinação de anulação da operação”, explica.
O Cade tem até o dia 31 de março para regularizar a operação. A reportagem do Canal Rural entrou em contato com a BRF, mas não obteve retorno.