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Biomassa e eólicas são opções para AES dobrar capacidade de geração até 2016

Foco da estratégia são empreendimentos de geração térmica, eólica ou híbrida, mas a expansão também poderá incluir investimentos em biomassa.

Biomassa e eólicas são opções para AES dobrar capacidade de geração até 2016

Enquanto aguarda um desfecho nas negociações com a Petrobras para garantir o suprimento de gás a uma termelétrica a ser erguida no interior de São Paulo, o grupo AES Brasil olha outras alternativas de investimento – incluindo aquisições – para cumprir com a meta de dobrar a capacidade de geração em cinco anos.

O foco da estratégia são empreendimentos de geração térmica, eólica ou hídrica, mas essa expansão também poderá incluir investimentos em biomassa. A investida nesse último segmento já foi discutida no passado e não chega a ser uma prioridade. Mas voltou a ser considerada como uma alternativa no caso de maior atraso na implantação da termelétrica que a AES Tietê pretende construir em Canas, município do Vale do Paraíba, em São Paulo.

A térmica faz parte do compromisso de ampliar em 15% o parque gerador da Tietê, empresa de geração do grupo, assumido na época da privatização da empresa. O projeto, contudo, ainda esbarra na falta de um acordo sobre o suprimento de gás pela Petrobras, o que já impediu o empreendimento de participar em dezembro de um leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A participação nos leilões de energia previstos para junho e agosto ainda depende de uma solução com a estatal, mas, paralelamente a isso, a companhia está partindo para a segunda fase do licenciamento ambiental do projeto. Após conseguir a licença prévia em outubro – o que já permite à empresa se inscrever nos leilões -, a AES vai solicitar, no segundo semestre, a licença de instalação à Cetesb. “De nossa parte, o projeto está pronto para ir a leilão”, diz o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares.

Com investimento estimado em R$ 1,1 bilhão, a usina de Canas vai agregar 550 megawatts à capacidade de geração da empresa, o suficiente para atender a uma cidade de 5 milhões de pessoas. Depois de passar pelo leilão, o projeto levaria em torno de 36 meses para ficar pronto. Caso a térmica atrase por falta de gás, a biomassa seria uma alternativa possível para cumprir a expansão no Estado de São Paulo.

Mas para chegar aos 3 mil megawatts adicionais até 2016, a Tietê terá de realizar outros investimentos. “Existem oportunidades de aquisição de projetos em andamento. Alguns ativos podem ser negociados e olhamos isso como parte da estratégia”, afirma Soares. Inclusive fora de São Paulo.

Segundo o executivo, a empresa considera diversas possibilidades, que vão desde um projeto greenfield (que parte do zero) em eólicas até a sociedade com outras empresas para dividir custos em grandes hidrelétricas. A tendência, no entanto, será sempre a busca pelo controle. A empresa descarta apenas investir na geração térmica a partir do óleo diesel, uma fonte mais poluente.

Já a experiência de geração solar, implantada nos novos estádios do Corinthians e Palmeiras, na capital paulista, não será usada em larga escala. “É um projeto mais preocupado com a eficiência dos estádios”, afirma Soares.

Fora os novos empreendimentos em geração e eventuais aquisições, a AES Brasil pretende investir mais de R$ 5,5 bilhões na expansão orgânica de suas operações durante o período de 2012 a 2016. Desse total, R$ 4,7 bilhões vão para a distribuição, sendo a maior parte -R$ 3,5 bilhões – em desembolsos previstos na AES Eletropaulo. Só em 2011, a AES “conectou” 240 mil novos clientes.

Este ano, a expectativa é ampliar em 5% os aportes de R$ 1,3 bilhão de 2011, destinados à ampliação da rede, modernização das usinas, manutenção e aprimoramento dos serviços realizados ao longo do ano passado.

A maior parte dos investimentos em 2012 – R$ 841 milhões – deverá ser realizada pela Eletropaulo, referente ao plano de ação que inclui a contratação de eletricistas, modernização da rede e ampliação de canais de atendimento.

Soares conta que a companhia deve seguir no novo ciclo de investimentos uma “formulação clássica” de financiamento, que prevê 30% dos aportes com o dinheiro do caixa e a parcela de 70% restante em recursos de fontes do mercado, incluindo empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Na quinta-feira, a AES Brasil divulgou lucro líquido de R$ 3,01 bilhões no ano passado, marcando crescimento de 35,2% na comparação com os ganhos de 2010. Na mesma base de comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) avançou 17,1%, chegando a R$ 4,9 bilhões.