A União Brasileira de Avicultura (UBABEF), entidade máxima da avicultura brasileira, vem a público alertar que neste 28 de agosto, em que é comemorado o Dia do Avicultor, que o setor avícola brasileiro vive uma das maiores crises de sua história.
Desde janeiro foram registrados aumentos, em reais, de 90% nos preços do farelo de soja, de 58% na soja e de 44% no milho. Esses insumos representam mais de 60% do custo total de produção.
Ao mesmo tempo, os produtores avícolas sofrem outro drama, o da escassez de crédito. Enquanto antes tinham até 40 dias de prazo para pagar as compras de grãos, hoje se veem obrigados a desembolsar à vista ou até mesmo antecipadamente. As restrições do crédito, infelizmente, vêm até mesmo de instituições oficiais.
O resultado, como vem sendo amplamente destacado pela mídia, é que nas últimas semanas estão ocorrendo redução da produção, fechamento de unidades, demissões e aumentos recordes nos preços da carne de frango no varejo.
A crise ganha contornos ainda mais dramáticos diante do fato de que a carne de frango tornou-se, em 2011, a proteína animal mais consumida pelo brasileiro. O consumo já chega a 47,4 quilos por habitante/ano, superando até mesmo o verificado em outros países, como os Estados Unidos.
A crise ameaça um setor que responde por 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos, sendo 360 mil somente nos frigoríficos, além de 160 mil famílias de produtores integrados. Desde o inicio da crise, 5.750 postos de trabalho foram perdidos.
A UBABEF apela para a necessidade de intervenc¸a~o do Governo Federal. É necessária, por exemplo, a utilização de instrumentos de política agrícola que facilitem o acesso aos estoques de milho situados em regiões produtoras. Também é imprescindível o restabelecimento do cre´dito ao setor avi´cola. São iniciativas absolutamente inadiáveis.
Uma crise, quando enfrentada com determinação e unidade, torna mais fortes os que são por ela atingidos. E a avicultura nacional espera sair ainda mais pujante dessa conjuntura dramática, e continuar a garantir a segurança alimentar do povo brasileiro.
Temos a convicção de que o governo da presidente Dilma Rousseff, comprometido com a agenda do desenvolvimento nacional e da inclusão social, não poupará esforços para acabar com a crise.