Representantes da cadeia produtora e fornecedora da avicultura nacional promoveram um encontro científico com lideranças e formadores de opinião da classe médica nacional no hospital Sírio Libanês, em São Paulo (SP).
Na oportunidade, os pesquisadores da Universidade de São Paulo, José Palermo Neto, e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Marcos Rostagno, realizaram apresentações nas quais detalharam o modelo de gestão de insumos antimicrobianos como terapêuticos e redutores de perdas nas granjas produtoras.
De acordo com Rostagno, a demanda mundial por alimentos deverá dobrar até 2050, quando se espera que a população mundial chegue a 9 bilhões de indivíduos, que estarão inseridos em um universo com maior poder de compra per capita.
“Com mais renda, aumenta o consumo de proteína animal. Precisamos equacionar a conta entre disponibilidade de áreas e recursos e pensar em uma produção com menos perdas e menor quantidade de resíduos para o ambiente.
Nesse cenário, os antimicrobianos desempenham papel fundamental, permitindo ao produtor produzir mais, com menor utilização de insumos, menor ocorrência de doenças nos animais e de forma mais sustentável”, explica.
A necessidade do uso de antimicrobianos, conforme Palermo – que também é membro do Codex Alimentarius – muitas vezes esbarra no desconhecimento do público sobre seus resultados. De acordo com o pesquisador da USP, existem
mitos em relação aos riscos do uso desses insumos, em especial, no que diz respeito à resistência antimicrobiana.
“Entretanto, esse risco é ínfimo. Além disso, há um controle extremamente minucioso e detalhado por parte das empresas e dos órgãos reguladores para evitar quaisquer riscos”, disse, explicando o detalhamento do modelo de análise desses produtos para uso animal, promovido por órgãos governamentais, antes que sejam liberados para comercialização. Segundo o representante da USDA, Marcos Rostagno, a chance da ocorrência de problemas com antimicrobianos é de 1 em 58 milhões.
O evento foi promovido a partir de uma parceria entre a União Brasileira de Avicultura (UBABEF), o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações), o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) e o hospital Sírio Libanês. Mais de 30 médicos, entre especialistas de diversas áreas e lideres de associações da classe médica, estiveram presentes.
De acordo com o diretor de Produção da UBABEF, Ariel Mendes, o evento abriu canais de debates, e os esclarecimentos prestados serão fundamentais para que o julgamento de forrmadores de opinião, como a classe médica, possam se
pautar por informações mais claras em relação aos antimicrobianos usados na produção animal.
“O fato de conseguirmos esse contato com um público altamente qualificado como os membros de um dos mais renomados centros de saúde humana no país, o Hospital Sírio Libanês, será fundamental para disseminarmos informações corretas sobre o uso de antimicrobianos, evitando mitos que afetam a imagem dos nossos produtos”, disse.