As exportações de carne de frango do Brasil, maior exportador mundial, deverão buscar em 2011 o recorde em receita que escapou por pouco em 2010, afirmaram ontem (13) executivos da Ubabef (União Brasileira de Avicultura).
Segundo a entidade que reúne produtores e exportadores, a receita com as exportações de carne de frango no ano passado subiu 17 por cento na comparação com 2009, para 6,80 bilhões de dólares, mas ficou abaixo do recorde de 6,94 bilhões de dólares de 2008, quando o preço médio atingiu patamar jamais visto.
Já os embarques de carne de frango do país foram recordes em 2010, totalizando 3,819 milhões de toneladas, aumento de 5,1 por cento na comparação com 2009 e contra 3,645 milhões de toneladas em 2008.
“Em 2011, esperamos que seja recorde (em receita e volume). A gente não sonha com preços baixando em 2011”, declarou o diretor de Mercado da Ubabef, Ricardo Santin, em entrevista a jornalistas.
Neste ano, a Ubabef prevê crescimento nas exportações, em volumes, entre 3 e 5 por cento na comparação com 2010. Mas a entidade não quis fazer projeções sobre preços.
“Esperamos que os preços continuem se valorizando”, disse o presidente-executivo da Ubabef, Francisco Turra.
As commodities agrícolas, como soja e milho, estão em patamares mais altos neste início de ano, em relação a 2010.
Turra disse ainda que, com um real valorizado frente ao dólar e um mercado interno aquecido, o preço do frango em dólar tem que continuar sustentado no exterior, caso contrário algumas vendas podem ser feitas internamente.
“Tem gente que migrou para o mercado interno (em 2010), alguns exportadores tiveram dificuldade de entregar no preço em dólar”, acrescentou Turra, lembrando que o câmbio e o custo dos insumos também tem grande relação com a efetivação de negócios com o exterior. “O câmbio não sinaliza que vai melhorar.”
China – Uma grande aposta da Ubabef em 2011 é a China, um mercado que ganhou importância em 2010 após acordos sanitários.
“Estamos na luta para vender mais à China, queremos habilitar mais plantas, é lá que temos certeza de que precisamos trabalhar”, disse Turra.
As vendas anuais para a China cresceram para 121 mil toneladas em 2010, alta de mais de 300 por cento em relação a 2009, quando os negócios começaram.
“Temos a sinalização da China, que quer que a gente habilite mais plantas”, disse Turra.
Ele acredita que o Brasil praticamente dobrará as unidades habilitadas a exportar para a China este ano, para mais de 40 plantas.
O Brasil ainda buscará abrir mercados importantes em 2010, como a Malásia e a Indonésia.
Exportar para a Índia, um consumidor com grande potencial, já é possível. Mas tarifas impostas pelos indianos tornam as vendas brasileiras proibitivas, e o setor espera alguma negociação política para que as exportações aconteçam.
Em 2010, o Oriente Médio se manteve como o principal destino para a carne de frango do Brasil. A região importou 1,36 milhão de toneladas, seguida pela Ásia, com 1 milhão de toneladas. A África superou a União Europeia em volumes, com compras de 495,3 mil toneladas.
Em geração de receita, os europeus ainda aparecem à frente dos africanos, com importações de 1,2 bilhão de dólares em 2010.