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Conhecimento, criatividade e comprometimento- por Ariovaldo Zani

Artigo trata da qualificação da mão de obra em prol da sustentabilidade da humanidade. "Podemos atualmente criar mais valor com uma idéia em 10 segundos do que com 10 mil horas de uma linha de montagem".

Há tempo as escolas vem se esforçando na preparação dos estudantes para os desafios do mundo real, da era do conhecimento e da criatividade, binômio-referência relacionado à inovação e fator-chave na geração de riqueza.

A rentabilidade dos bens baseados em patentes e consultorias já é maior que aquela envolvida na produção manual do trabalho e representa mais de 50% da riqueza gerada no mundo. Parafraseando o escritor Alvin Toffler, podemos atualmente “criar mais valor com uma idéia em 10 segundos do que com 10 mil horas de uma linha de montagem”.

Apesar da generosa oferta de vagas pós-recessão global o ambiente de trabalho no Brasil apresenta-se ainda bastante competitivo e disponibilizando oportunidades para a mão de obra qualificada, tecnicamente criativa e socialmente comprometida.
 

Esses recursos humanos têm sido cada vez mais cobiçados porque a geração de valor econômico não depende apenas da inovação tecnológica, mas também da organização, do modelo de gestão do negócio e da imagem percebida pela sociedade em geral. Além do mais, inovar não é responsabilidade única do pessoal técnico, mas de toda a organização, do chão de fábrica ao Conselho de Administração, seja durante os ciclos de bonança ou mesmo mergulhados em períodos críticos que parecem não ter fim.

“O conhecimento e a criatividade aplicada, ou seja, a inovação constitui um instrumento específico dos empreendedores e o meio pelo qual exploram a mudança como oportunidade para um negócio diferente”, registrou o também escritor Peter Drucker.

A realidade contemporânea escancara as desigualdades atribuídas às diferentes condições sócio-econômicas e às antagônicas plataformas geopolíticas que determinam o grau de aflição da humanidade, cuja solução criativa se dará através das contra medidas inovadoras e eficazes para minimização dos efeitos patológicos da guerra cambial, da especulação financeira, da falência mundial dos planos de pensão, da insolvência das contas públicas, da alta taxa de desemprego no mundo desenvolvido, das alterações climáticas, etc.

Apesar dessa pós-modernidade caracterizada por expressiva e ampla democracia, plena disponibilidade de tecnologia e recordes na geração de riqueza por parte dos países emergentes, a persistente inflação atribuída aos alimentos, talvez a mais importante razão da existência de mais de um bilhão de famintos é fruto da especulação exagerada e da desigual distribuição de renda. Basta observar os extremos no consumo de alimentos, quase alcançando 4000 kcal por pessoa nos Estados Unidos, Europa e Oceania enquanto na América Latina, Ásia e África a demanda diária média é de apenas 2500 kcal.

É importante salientar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos/ONU determina prioritário garantir ao ser humano alimento adequado, disponível e acessível, cujo cumprimento se dá quando homens, mulheres e crianças – independentemente de raça, cor, credo, idade, escolaridade, idioma, classe social, endereço – têm acesso e dispõem de alternativas econômicas para seu devido sustento.

Por isso é mandatório colocar em prática um amplo conjunto de políticas públicas nacionais e internacionais, além de contramedidas contingenciais em resposta à estimativa de mais de nove bilhões de pessoas em 2050, à tendência de queda dos estoques globais de alimentos, ao contínuo crescimento da população global, à escassez de terra e água doce e ao forte impacto das alterações climáticas no intuito de garantir suprimento e alimento seguro.

A indústria tem se antecipado e buscado nessa nova geração candidatos bem preparados, criativos e suficientemente dispostos à integrar o time de notáveis, constituído dos experimentados e sábios recursos humanos já empregados, cujas ações verdadeiramente têm impactado positivamente o cenário contemporâneo e a continuidade delas certamente assegurará a sobrevivência e o bem-estar da humanidade.

Ariovaldo Zani é vice-presidente executivo do Sindirações