A BRF-Brasil Foods considera “improvável” que a fusão entre e Sadia e Perdigão seja aprovada sem restrição alguma pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Continuo achando que poderia, mas não acredito que isso vá acontecer”, disse José Antonio Fay, presidente.
Fay afirmou, durante a divulgação dos resultados, que a companhia está pronta para negociar e que há várias soluções possíveis, mas que não existe ainda uma proposta na mesa. “Precisamos primeiro identificar a doença, para que o remédio possa ser aplicado, e não estamos ainda em uma fase em que houve diagnóstico.”
“A procuradoria deveria se manifestar ao final do processo e não enquanto ele ainda está em instrução”, disse Mello, acrescentando que o parecer “não alterou em absolutamente nada a vida da companhia”. Sobre a possibilidade de vender a Sadia, Leopoldo Viriato Saboya, vice-presidente financeiro, afirmou que um “remédio dessa magnitude seria excessivamente amargo”.
O presidente do Cade, Fernando Furlan, informou à companhia que o caso será julgado ainda no primeiro semestre.
A BRF-Brasil Foods fechou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 383 milhões, mais de seis vezes acima do registrado no mesmo período de 2010.
A empresa atribuiu o resultado positivo ao acerto na estratégia de aquisição de insumos, frente a um ambiente de alta de commodities, à melhoria na gestão de custos, à continuidade da captura de sinergias nas áreas autorizadas pelo Cade e à melhoria do desempenho no mercado externo.
A receita líquida da companhia cresceu 19,3%, na mesma base de comparação, para R$ 6,02 bilhões. O balanço incorpora desde julho os resultados da Sadia.