Apo´s 15 meses, o do´lar atinge R$ 1,86 e a alta pode trazer benefi´cios para a economia mato-grossense, cuja base está na exportação de commodities. Valorização da moeda americana coincidiu com a queda do real, que retraiu com a queda nas bolsas e a recuada de investidores no mercado de ações nacional. Na pra´tica, para a indu´stria e agricultura do Estado este valor significa maior renda na hora de vender para outros pai´ses e mais competitividade com mercadorias estrangeiras.
Como Mato Grosso exporta mais do que importa, este foram US$ 7,136 bilhões em vendas e US$ 1,105 bilhão na aquisição de mercadorias de outros países, é favorável a cotação em alta. O que prejudica a economia, segundo o economista Vitor Galesso, especialista em Come´rcio Exterior, é a instabilidade da moeda porque não permite o planejamento dos produtores.
Segundo o economista, com a instabilidade do câmbio, produtores podem fazer aquisições de insumos com o preço mais alto neste período, mas na hora de vender as commodities receber menos caso o do´lar esteja mais baixo no começo de 2012. Pore´m, por outro lado, caso haja uma tendência de alta a situação pode ser exatamente o contra´rio e os produtores receberem ainda mais do que estava previsto.
Presidente da Federação das Indu´strias de Mato Grosso (Fiemt), Jandir Milan, afirma que o momento é favorável para o segmento, principalmente para aqueles que estão comercializando. “Um contêiner de frango que será embarcado agora terá uma valorização de pelo menos 10% e isso é muito bom”. Conforme Milan, para alguns setores a exportação estava se tornando invia´vel porque o do´lar em baixa não remunera a produção brasileira. “Temos custos elevados de produção e com câmbio em baixa na~o conseguimos remuneração”, afirma ao comentar que as commodities agri´colas estavam indo bem porque tiveram valorização no mercado internacional, mas que indu´stria como a da madeira estava tendo prejui´zos.
Superintendente da Federação de Agricultura e Pecua´ria de Mato Grosso (Famato), Seneri Paludo revela que neste momento esta valorização pode não ter impactos para a cadeia porque os insumos já foram adquiridos e as vendas só começam no ano que vem. Caso a valorização tenha continuidade, a renda do produtor tende a melhorar.
Na opinião do economista Vitor Galesso, o do´lar pode chegar até a R$ 2, mais isso não deve durar mais de 30 dias até que volte a baixar novamente. Segundo ele, as exportações estão em alta no Brasil e isso garante a circulação de moeda estrangeira no mercado interno, mantendo o preço mais baixo.