O setor de postura de ovos esteve reunido na tarde desta terça-feira em Maringá (PR) durante o IV Ciclo de Palestras Apavi de Postura Comercial. O evento é promovido anualmente pela Associação Paranaense de Avicultura (Apavi) em parceria com a Uniquímica e Planalto. O objetivo do encontro é avaliar as demandas do setor no estado do Paraná e propiciar a troca de informações entre os produtores.
De acordo com o vice-presidente da Apavi, Victor Bertol, o evento cresce a cada ano em importância. “Somente com muita informação podemos buscar o desenvolvimento do setor”, disse.
O presidente da Apavi, Arnaldo Cortez, destacou a importância da união do seg mento. “Precisamos sempre estar unidos para que ganhemos força e representatividade e isso somente se consegue através do compartilhamento de informações”, disse.
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Para Reinaldo Kato, Gerente Comercial da Uniquímica, para a empresa é sempre uma grata satisfação a realização do Ciclo de Palestra Apavi. “O objetivo é ampliar o conhecimento na busca pela melhoria do setor”, destacou.
Nesta edição, esteve presente a zootecnista e professora da Universidade Estadual de Maringá, Simara Marcato. Ela abordou durante a sua palestra “Importância da Qualidade de grãos na alimentação de poedeiras” os principais pontos aos quais o produtores devem ficar atentos durante a compra de grãos para a composição da ração para as aves. “Há uma série de variáveis que precis am ser analisadas na hora da escolha por milho, soja, milheto ou até mesmo o sorgo. Todos estes grãos podem atender a demanda das aves, porém os produtores precisam ficar atentos ao custo, a qualidade dos grãos e aos ajustes da formulação para a obtenção de ovos de qualidade comercial, com a gema de colocação adequada”, explicou.
“O Ciclo de Palestras Apavi de Postura Comercial tem sido de extrema importância para os produtores, pois há muitos detalhes no dia a dia da granja que passam despercebidos e é importante que alertemos constantemente os produtores”, disse. “Hoje a competitividade está tão grande no setor de postura que os produtores tem ficado cada vez mais atentos, mas ainda há muito para evoluir, principalmente na sistematização das informações econômicas nas granjas”, avaliou a professora Simara Marcato.
Na sequência, Fidel Gonzales, Gerente Geral da Isa, destacou durante sua apresentação os principais aspectos que tem influenciado a indústria genética de postura. “Estamos sempre trabalhando em itens como viabilidade, adaptabilidade, comportamento e empenamento. Estas são algumas características que estudamos sempre para buscar a evolução das aves”, explicou.
Além destes itens, ele ainda citou alguns outros pontos importantes para a evolução genética avícola. “Nós estamos trabalhando também em itens como a qualidade geral do ovo, tanto interna quanto externamente, a cor, o conteúdo de matéria seca, a conversão alimentar das aves, o consumo de ração, maturidade e pico de produção”, disse. “Além disso, nossas aves são desenvolvidas para produzir em qualquer ambiente, em qualquer condição, com excelente adaptabilidade”, explicou.
O zootecnista da Uniquímica, Vítor Arantes, durante sua apresentação, demonstrou a viabilidade econômica da utilização de enzimas durante o ciclo de postura. “As enzimas aumentam a digestibilidade, uniformização do lote e segurança, pois há fatores que influenciam na produção e as enzimas atuam com uma ‘nutrição de precisão’, gerando economia e evitando perdas”, explicou. “O uso de enzimas melhora substancialmente a qualidade intestinal e consequentemente, gera um ganho de desempenho da ave”, afirmou o zootecnista. “É importante lembrarmos que as aves estão cada vez mais exigentes do ponto de vista nutricional. A indústria genética está nos disponibilizando uma ave de excelente qualidade e a nutrição p recisa acompanhar este processo para que a ave gere o resultado econômico esperado”, disse.
E, fechando o evento, Aldo Lobo, da Granopar, apresentou alguns possíveis cenários para o mercado de grãos. “O consumo mundial de soja e milho acompanha o crescimento do PIB, quase sempre proporcional”, disse. “Por isso precisamos ficar muito atentos ao que acontece na economia mundial”, afirmou.
De acordo com Aldo Lobo, a demanda externa pela soja está fraca nos Estados Unidos. “E a demanda interna também está dando sinais de queda, o que será um incentivo para a troca por parte dos produtores pela cultura do milho em detrimento a soja”, explicou. “Os produtores norte-americanos pretendem plantar mais milho do que a soja devido a diminuição da diferença entre os preços dos produtos, que caiu da histórica média de 135% para 105%”, afirmou. “Também há uma projeção de uma super safra na América do Sul, o que tem pressionado a Bolsa de Chicago.
Em relação aos preços da soja, Aldo Lobo foi bastante taxativo. “Não acredito em uma alta de preços muito grande no primeiro semestre de 2012. “Se tudo permanecer em sua lógica, não teremos grandes alterações de preço, com uma tendência de estabilidade”, disse.
Já para o mercado de milho, ele destacou que pode haver mudanças no cenário de preços. “No próximo ano devemos registrar uma queda no preço de milho, podendo ficar até abaixo de R$ 20,00 a saca”, afirmou. “O mercado é balizado pela paridade de exportação, o que hoje está menor”, explicou.
Os produtores que estiveram presentes ao IV Ciclo de Palestras Apavi de Postura Comercial aprovaram as escolhas dos temas. “As palestras foram muito produtivas e o setor está demonstrando a importância da união para o nosso desenvolvimento”, afirmou o produtor avícola da cidade de Paiçandu, Diego Marchiotti.
Fábio Molan, avicultor de Arapongas destacou a importância do compartilhamento das informações para a evolução do setor. “Levamos todos os aprendizados aqui dispostos e aplicamos na prática em nossa granja”, disse.
Para Cláudio Agostinho dos Santos, de Nova Esperança, é extremamente importante a participação de todos durante os eventos como o promovido no Paraná. “Estes encontros nos ajudam a estarmos cada vez mais atualizados”, afirmou.
De acordo com Honório Okabayashi, de Cruzeiro do Sul, é muito importante saber o que está acontecendo no setor. “As informações sempre nos auxiliam em nosso trabalho”, disse.
