Fazer a ceia de Natal neste ano vai pesar menos no bolso dos consumidores da região. Pesquisa feita pela Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André mostra que a cesta natalina teve alta de 6% em relação ao ano passado, mas a inflação, no mesmo período, foi de 6,64%. Significa dizer que os produtos mais consumidos no fim do ano não tiveram aumento real de preço. Nos supermercados da região, considerando conjunto de itens pesquisados, o preço saltou de R$ 419,46 para R$ 444,49 de um ano para outro.
Os panetones, as aves e a castanha-do-Pará tiveram a maior alta. Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá De Benedetto, o aumento da procura dos produtos, nesta época do ano, foi o que levou ao encarecimento desses alimentos. “São itens basicamente industrializados, cujas taxas de impostos são somadas ao valor final do produto”, justifica.
As frutas secas, por outro lado, tiveram valores reduzidos ao longo dos últimos três anos. “São produtos de baixo índice de compra. Não temos costume de consumi-los. O brasileiro acaba optando por uva, pêssego, melancia e outras frutas mais tropicais, o que reduz o custo das (frutas) secas”, analisa o engenheiro.
Neste setor, o único alimento que ficou mais caro foi a castanha-do-Pará. O item é rico em selênio (substância que faz bem à saúde), por conta disso o consumo aumenta e o preço da castanha fica elevado.
Carne bovina – Apesar de bastante apreciada, o quilo da picanha na região recuou entre 2010 e 2011 e passou de R$ 38,65 para R$ 35,69. A justificativa é que a carne não é tradicional nesta época. “Pode até ser que alguns consumidores comprem picanha para churrasco no dia 25, mas não é a maioria”, diz. Ele alerta, porém, que no Ano-Novo a tendência é que a carne fique com valor mais salgado. “Mas no Natal, a maior parte dos consumidores opta pela ceia tradicional, com direito a chester, peru e pernil”, destaca De Benedetto.