A alta do boi também ajuda o mercado do frango no Brasil. Em São Paulo, o preço pago ao produtor reagiu. Grande criador independente de frangos, em Cabreúva, no sudeste paulista, Aurélio Espina, engorda nos 26 barracões espalhados pela propriedade, um milhão duzentas e cinquenta mil aves.
Desde o começo de julho trabalha com o mercado estável. Está vendendo os frangos que manda para o abate a um real e sessenta centavos o quilo, melhor cotação do ano. “A gente está tendo aí em torno de dez centavos de lucro por quilo, com custo de produção de um e cinquenta”, diz.
As exportações em alta e o mercado interno aquecido impulsionam os negócios. Só nos quatro primeiros meses do ano, o consumo interno foi 21% maior do que no mesmo período do ano passado.
A Associação Paulista dos Avicultores aponta ainda a alta do preço da carne do boi, como um outro fator que melhora o mercado do frango. “Tem aumentado o preço do boi, então o frango também se torna uma opção mais acessível de proteína de boa qualidade”, declara José Roberto Bottura, diretor da Associação Paulista dos Avicultores.
O bom preço no mercado começa a refletir no número de frangos nas granjas. De acordo com a Associação dos Produtores de Pintos de Corte, os criadores brasileiros alojaram em julho quinhentos e vinte milhões de aves. É o maior número já registrado pela avicultura brasileira.
Apesar do mercado favorável Aurélio prefere trabalhar com cautela. “Nós aumentamos em torno de oito por cento, fechando contratos com empresas que nos procuraram. A gente pretende agora não aumentar em função da melhora de preço, por uma questão de cautela. Como dizem cautela e canja de galinha não faz mal a ninguém, porque uma refração na demanda ou um excesso de produção pode vir tirar todo esse lucro que a gente tá tentando acumular neste período”, diz.
Nos sete primeiros meses do ano, o Brasil exportou quase três milhões e quinhentos mil dólares em carne de frango. Aumento de 16% em relação ao mesmo período do ano passado.