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Logística

Carga nos trilhos

Standard investe para colocar carga refrigerada nos trilhos. Parceria com ALL vai ampliar volume de contêineres até Santos.

Train Tracks
Train Tracks

Especializada em soluções intermodais no transporte de carga refrigerada entre os centros de produção e os portos, a Standard Logística comprou uma Eadi (estação aduaneira do interior) em Bauru (SP), com acesso ferroviário. Com o negócio, fechado há 15 dias e cujo preço não foi revelado, a companhia eleva para oito o número de terminais intermodais. Além disso, passa a oferecer uma opção logística para captar a carga conteinerizada que hoje vai de caminhão para o porto de Santos. “A ferrovia barateia o custo de transporte. É só pensar na quantidade de pedágios nesse trajeto”, diz o presidente da empresa, José Luis Demeterco.

O executivo conta que está negociando com a América Latina Logística (ALL), concessionária que administra o trecho entre Corumbá (MS) e o porto santista, a reativação do ramal férreo que chega ao Eadi. A parceria existe há cinco anos. Hoje, a Standard responde por 90% do volume de contêineres reefers (refrigerados) movimentados na malha da ALL.

Um claro exemplo que Demeterco vê com potencial de migrar da rodovia para os trilhos é a carne produzida nos frigoríficos JBS e Marfrig, em Lins e Promissão (SP), respectivamente. A novidade é que, além dos congelados, estão no foco da Standard produtos secos, como açúcar e siderúrgicos.

A operação de contêiner na ferrovia representa 12% do faturamento total da companhia – que neste ano deve chegar a R$ 125 milhões (alta de 15,7% sobre o resultado de 2009). O principal negócio da empresa está na armazenagem, que responde por 50% da receita. O restante se divide entre terminais de contêineres e transporte rodoviário urbano para os portos.

A expectativa é que neste exercício a Standard aumente a movimentação de contêineres em ferrovia em 24%, para 25 mil Teus (equipamentos de 40 pés), o equivalente a aproximadamente 625 mil toneladas. O volume é quase totalmente composto por carga destinada ao mercado externo. O salto nas exportações em tempos de tímido crescimento dos embarques para o exterior se deve, explica Demeterco, ao tipo de carga manuseada. “A carga reefer (refrigerada) caiu pouco e, além disso, está migrando do caminhão para a ferrovia. Ainda é novidade no Brasil transportar contêiner refrigerado em trem.”

A compra do Eadi-Bauru, da empresa Cipagem, marca a primeira aquisição da Standard. “Está sendo uma novidade interessante porque nesses 10 anos de empresa sempre crescemos organicamente”, afirma Demeterco, que também atribui o plano de expansão à entrada do fundo de private equity BRZ no capital da empresa, em novembro de 2009.

Pesou ainda na decisão de investir na unidade de Bauru o fato de ser uma Eadi – unidade onde é possível desembaraçar também as cargas de importação. “O Brasil está incluindo uma série de produtos na lista de ex-tarifários. Isso é positivo para o Eadi.”

A projeção é que neste ano os investimentos da Standard totalizem R$ 52 milhões. A companhia busca agora outra unidade para operar mais um terminal intermodal. Dessa vez, na região de Araraquara (SP). Além disso, há cerca de 10 dias recebeu a licença prévia para construir um ramal de aproximadamente 1 quilômetro que chegará ao seu terminal de contêineres de Cubatão (SP).