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Nutrição Animal

Novos rumos do glicerol para a nutrição de aves

A aprovação do glicerol pelo Mapa como ingrediente para ração animal desperta novo interesse no uso do suproduto. Esse será um dos temas tratados no IV Clana.

O recente impulso na produção nacional de biodiesel e a grande oferta de glicerina bruta despertam novo interesse no uso do glicerol para a nutrição de aves. Além de ser um subproduto rico em energia, oferecendo 4.320 Kcal de energia bruta por quilo, a ração enriquecida com o glicerol pode constituir uma alimentação de alta eficiência para os animais. Esse será um dos temas tratados no IV Congresso Latino Americano de Nutrição Animal, que acontece entre os dias 23 e 26, em Estância de São Pedro (SP).

A disponibilidade da glicerina bruta no Brasil aumentou consideravelmente nos últimos anos, com o salto na produção de biocombustíveis, mas só recentemente, em setembro de 2010, o Ministério da Agricultura aprovou a inclusão do glicerol como ingrediente para ração animal. De acordo com o engenheiro agrônomo Jose Fernando Machado Menten, professor do departamento de zootecnia da Esalq-USP, o produto apresenta um ótimo potencial nutritivo para a nutrição animal.

“O nível de energia da glicerina é superior ao dos principais ingredientes da ração. O que pode acontecer é a glicerina ter maior ou menor quantidade de água, que pode ter até 12%, o que reduz um pouco o nível energético, mas a glicerina absorvida pelo animal tem um aproveitamento muito bom. Os experimentos mostram que mais ou menos 95% da energia bruta da glicerina é convertida em energia metabolizável das aves. Isso é superior até ao do que existe nos outros alimentos”, explica.

Os primeiro trabalhos com o uso de glicerina na nutrição animal aconteceram na Europa, direcionados para ruminantes, tanto vacas leiteiras como bovinos de corte. No Brasil, a adaptação da tecnologia para a nutrição de suínos e aves é foco de estudo em diversas entidades de pesquisa, como as Universidades Federais de Uberlândia, Maringá e Londrina, entre outras. Em experimentos de laboratório, a tecnologia já demonstrou bons resultados. De acordo com Mentem, agora só depende das empresas para que o produto comece a ser comercializado.

“As empresas, a partir de agora, têm que registrar o produto no Mapa e garantir a qualidade dentro dos padrões que o ministério estabeleceu, que é de, no mínimo, 80% de glicerol na glicerina, no máximo 12% de umidade e no máximo 150 ppm de metanol, além de demonstrar os niveis de sódio e cloro no produto. A partir desse registro, os produtos poderão ser comercializados”, diz o pequisador.