Nos primeiros quatro meses do ano, a indústria vendeu praticamente a mesma quantidade do ano passado. Em compensação, o faturamento cresceu 17 % em relação ao mesmo período de 2009. Na Coopavel, os clientes tradicionais estão aumentando os pedidos, segundo o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli. “O mercado internacional está começando a demandar quantidades maiores, o que não ocorria desde setembro de 2008. Então, existe uma demanda maior de carne no mercado internacional. O melhor de tudo isso é o preço melhor”, diz.
Em Toledo, no sítio do seu Ademir Campagnolo, o momento é de otimismo. Na propriedade dele, são cinco aviários, com um total de 75 mil frangos. Desde que recebe os pintinhos, ele já sabe pra quem está produzindo e trabalha de acordo com as exigências do cliente. Neste caso, a Suíça. O valor do lote que vai entregar em 14 dias deve vir com reajuste. “Já ajuda. Veio pra calhar numa época de crise mundial, pra dar um pouco de ânimo na propriedade e sobrar um dinheiro a mais”, conta.
O presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná diz que o preço pago ao produtor foi reajustado em 5%, chegando a R$ 0,43 por cabeça, e que algumas integradoras já sinalizam que devem repassar mais 12% no próximo mês.
“Esse 5% já deu uma melhoria. Deu para o produtor, pelo menos, ficar com a esperança que agora, a partir da metade do ano, ele consiga fazer uma receita maior, uma melhoria na sua produção”, diz Luiz Bernart, presidente da Associação.
O casal Fogolatti cria frangos em Chapecó, oeste de Santa Catarina. Eles são integrados de uma das maiores agroindústrias do País. No último mês, a empresa reajustou em 8 % o valor pago aos criadores. O lote da granja da família do Ivonei Fogolatti já está pronto para ser carregado para a indústria. Há 54 dias os animais estão alojados no local. “Foi pouco o aumento, mas vai melhorar o resultado dos lotes em comparação aos anteriores. Vai dar pra animar um pouquinho e trabalhar um pouco melhor na atividade”, conta. A situação do casal Fogolatti por enquanto é uma exceção.
Segundo o Sindicato dos Criadores de Aves de Santa Catarina, das 20 agroindústrias que atuam no estado, apenas uma reajustou os valores até agora. O Sindicato quer conversar com as indústrias para negociar os reajustes dos preços.
“Isso é uma reclamação dos agricultores há muito tempo. Nós trabalhamos com o acompanhamento da Embrapa para a elaboração de uma planilha de custos que sirva de base para as negociações com as agroindústrias”, diz Valdemar Kovaleski, presidente do Sindicato dos Avicultores/SC.
A planilha de custos deve ficar pronta até o fim do mês de maio.