Redação (28/01/2009)- O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 392 milhões para a Bioenergética Vale do Paracatu S/A (Bevap). Os recursos serão destinados à construção de uma unidade industrial com capacidade de processamento de 3 milhões de toneladas por ano de cana-de-açúcar, a partir de 2010, voltada para a produção de etanol hidratado e cogeração de energia elétrica, em João Pinheiro (MG). A capacidade instalada de geração será de 80 megawatts, dos quais 60 megawatts serão comercializados e 20 megawatts utilizados para consumo próprio.
A cogeração de energia vem sendo uma das principais áreas de emissão de créditos de carbono, no âmbito do mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto, que incentiva a participações de países emergentes na criação de projetos que reduzem as emissões de gases de efeito estufa. O bagaço de cana responde por 32% dos 2.900 MW aprovados nos programas de MDL no País.
Os investimentos na nova usina vão gerar 3.285 empregos diretos e a empresa estima que para cada emprego direto serão gerados três indiretos. O BNDES participará com 60% do valor total do projeto, de R$ 653,6 milhões. Os recursos também serão utilizados na formação da lavoura de cana-de-açúcar e em investimentos sociais na comunidade local. Uma parcela do crédito, R$ 97 milhões, será repassada diretamente pelo BNDES e outra de R$ 295 milhões por intermédio de um consórcio de bancos liderados pelo Banco do Brasil.
O plantio da cana irrigado e colheita mecanizada extingue a queima da terra, evitando a emissão de poluentes. O etanol será destinado ao mercado brasileiro. O empreendimento também contempla a formação de 26,6 mil hectares de lavoura necessários para o fornecimento de cana-de-açúcar. A previsão de prazo para implantação é de 18 meses, com previsão da primeira moagem em junho de 2009, informa o BNDES.