Redação (20/03/2009) – A Coopercentral Aurora encerrará no fim deste mês um dos três turnos da unidade de Quilombo, no oeste catarinense. A planta, voltada à produção de frangos para exportação, reduzirá em cerca de 30% seus abates, hoje em 140 mil aves por dia.
Conforme o presidente da Aurora, Mário Lanznaster, a medida tem relação com a necessidade de enxugamento de custos diante da crise econômica mundial, que reduziu a demanda por carnes em geral.
Com a medida, a Aurora vai encerrar a produção de um frango inteiro leve, conhecido como frango griller, comercializado para o Oriente Médio. "Essa linha não estava sendo bem remunerada e há também uma mudança de hábito no Oriente Médio, que também está consumindo mais cortes de frango do que o frango inteiro", afirmou Lanznaster.
Também pesou na decisão o fato de que nesta unidade a Aurora tinha que trazer trabalhadores de cidades vizinhas em ônibus por conta da falta de mão-de-obra no município.
O fim de um turno em Quilombo ocasionará a demissão de cerca de 120 funcionários. Nem todos os trabalhadores do turno desativado serão demitidos porque alguns serão aproveitados em uma linha de cortes. A Aurora pretende implantar em Quilombo a fabricação de outros produtos, como sobrecoxa e coxa de frango desossadas.
A unidade de Quilombo tem hoje 1,4 mil funcionários e é uma das três plantas da Aurora que produzem frangos na região sul. As demais unidades estão em Maravilha (SC) e Erechim (RS) e operam com dois turnos, que por enquanto estão mantidos.
Segundo Lanznaster, nos dois primeiros meses do ano, em razão da crise econômica mundial, houve aumento dos estoques de carnes suína, de frango e derivados de leite. Eles ficaram 30% acima do normal e chegaram a 56 mil toneladas, ou R$ 200 milhões. O normal seria 42 mil.
O segmento de aves é o segundo mais importante para a Aurora, atrás dos suínos. A cooperativa abateu no ano passado 120 milhões de frangos, 6,7% mais que em 2007.
Sobre suínos, Lanznaster mostrou-se animado com a abertura do mercado russo às carnes de Santa Catarina, depois de mais de três anos fechado. Ele disse que a Aurora vendia aos russos 3,5 mil toneladas por mês, e que agora pretende dobrar esse volume em um primeiro ano.
Segundo ele, a principal preocupação da Aurora neste momento é tirar o excesso de produto do mercado, que vem empurrando os preços para baixo. Ainda que os russos também estejam sofrendo com a crise econômica e devam pedir mais prazo nas encomendas, o presidente da cooperativa disse que será difícil negociar extensão dos pagamentos porque também "não há na cooperativa condições" para isso.