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Insumos

Trigo com qualidade em São Paulo

A adesão do programa Trigo Paulista com Qualidade garante padrão dos grãos.

O Estado de São Paulo pode não produzir este ano tanto trigo quanto no ano passado, mas a qualidade do cereal colhido nos trigais tem tudo para ser sem precedente. Com a adesão de um número cada vez maior de produtores ao programa Trigo Paulista com Qualidade, os agricultores estão optando por variedades de sementes que oferecem, além da boa produtividade, padrão de grãos adequado ao interesse da indústria.

Os triticultores também adotam técnicas que garantem um produto mais uniforme, como a colheita na época correta e a secagem controlada. Com isso, além de obter um ganho extra no preço, que pode chegar a 10%, o produtor tem menor possibilidade de ver seu trigo descartado no moinho por estar fora de padrão. A cada safra, as indústrias recusam pelo menos um décimo do trigo que recebem por não apresentar qualidade para a produção de farinha.

O programa, lançado em 2008 numa parceria entre a Secretaria de Agricultura paulista, o sindicato dos moinhos paulistas (Sindustrigo) e os produtores, objetiva aperfeiçoar a cadeia produtiva no Estado. Os agricultores recebem a semente e assumem o compromisso de vender às indústrias pelo preço do dia pelo menos 50% da sua produção.

O pagamento das sementes é feito no ato da entrega da safra ao moinho na proporção de 2 quilos de grão por quilo da semente recebida. A exigência é que o trigo preencha os requisitos de qualidade. Em contrapartida, as empresas pagam um preço melhor.

Visita

Para o produtor conhecer mais de perto a necessidade da indústria, o programa decidiu levar os agricultores aos moinhos. No início de abril, pela primeira vez triticultores puderam se reunir com a indústria da farinha. O encontro levou cerca de 60 agricultores ao moinho Anaconda, em São Paulo (SP), numa experiência que deve se repetir em outras indústrias.

Conforme o gerente geral da empresa, Glênio Nogara Mário, o moinho teve a oportunidade de mostrar na prática a diferença de aproveitamento entre um grão de variedade adequada, colhido na época certa e com bom padrão de secagem, em relação àquele que não recebeu todos os tratos. “A indústria se beneficia da melhor qualidade do trigo e pode repassar o ganho para o produtor”, diz. Mário aposta no aprimoramento da relação produtor e indústria. “Será bom para todos.”

Em 2008, o moinho assinou contratos para a compra de 5.500 toneladas. A expectativa para este ano é chegar a 10 mil toneladas. “Nós garantimos a compra pelo melhor preço do mercado de todo o trigo contratado.” Os moinhos só têm a ganhar com o crescimento na produção de qualidade, diz. “São Paulo consome 3 milhões de toneladas e a produção não chega a 10% disso.”