De janeiro de 2008 a fevereiro de 2009 a dívida do Frigorífico Independência saltou de R$ 1,04 bilhão para R$ 3 bilhões. Entre outros eventos, concorreram para essa situação o lançamento de R$ 300 milhões em títulos, a perda de R$ 234 milhões com a variação cambial, a assunção de uma dívida de R$ 253 milhões da empresa Independência Participações S.A, a perda de R$ 270 milhões com derivativos, além de ajustes adicionais no montante de R$ 505 milhões.
A situação, que já era ruim, ficou mais grave a cada dia, devido à baixa performance do próprio negócio. De acordo com os consultores da KPMG, ao contrário do que previam os dirigente do Independência, as exportações brasileiras de carne despencaram, em função da crise financeira internacional.
Os técnicos citam quem, seguindo tendência do País, em janeiro de 2009 as exportações do Independência caíram 54% em relação ao mesmo período do ano anterior. As empresas do setor direcionaram a produção para o mercado interno, acirrando a competição e derrubando os preços da carne.
Para complicar ainda mais as coisas, os preços do boi gordo permaneceram relativamente estáveis e o frigorífico passou a operar no vermelho. De acordo com a consultoria, a empresa, que trabalhava com margens positivas ao redor de 14%, chegou a operar com 31% negativos e a saída foi o pedido de recuperação judicial.