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Saúde Animal

Cientistas do Rio de olho no outro vírus

Cientistas do RJ monitoram a aproximação de novos vírus perigosos que podem vir das aves.

Enquanto todas as atenções estão voltadas para a gripe A (H1N1), que chegou ao País há duas semanas, pesquisadores de várias instituições do estado trabalham duro para monitorar a aproximação de novos vírus perigosos que podem vir das aves, como o da gripe aviária. Até agora, 573 delas — algumas vindas de outros continentes, já que o Rio é rota migratória desses animais — foram analisadas pelo projeto. Cerca de 2% apresentaram algum tipo de vírus Influenza, que pode causar a gripe.
Intitulada “Projeto de Vigilância Laboratorial da Influenza Aviária no Estado”, a iniciativa começou no Laboratório de Biologia Animal da Pesagro-Rio e prossegue no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio, com o apoio de pesquisadores da Universidade Estadual do Norte Fluminense e da Faperj e com a coordenação de Maíra Halfen Teixeira Liberal. Entre os animais analisados estão cisnes, gansos, patos, marrecas, gaivotas, maçaricos e pinguins.
“Sabe-se que as aves migratórias têm um papel importante na disseminação de várias doenças virais: elas levam e trazem agentes infecciosos, tais como os vírus Influenza, entre outros. Existem várias espécies migratórias que se deslocam do Hemisfério Norte até a América do Sul e representam um risco potencial para a entrada desses agentes no País”, explica a professora Luz Alba, que participa da pesquisa.

Amostras da maioria dos animais são coletadas na Bacia de Campos, no Norte Fluminense. Segundo Carlos Eurico Pires Ferreira Travassos, da Uenf, até agora, o vírus da gripe aviária, o H5N1, não foi encontrado, mas é importante que o monitoramento continue, já que o vírus apresenta muitas mutações perigosas.
A gripe aviária mata mais de 60% das pessoas que a contraem, mas não é facilmente transmissível no contato entre humanos. Já a gripe suína pode ser transmitida facilmente, mas mata muito menos.

Estado é rota de pássaros que fogem de regiões frias

Segundo os pesquisadores, o monitoramento de vírus em aves é importante no País porque o Brasil faz parte de uma rota de aves que vêm para cá sobretudo quando o clima começa a esfriar em outras regiões do planeta, onde estes animais se reproduzem.
“O Brasil é um país que está na rota de muitas espécies de aves migratórias, tanto de visitantes que possuem seus sítios de reprodução no Hemisfério Norte, como as que reproduzem em áreas aqui do Hemisfério Sul”, explica a pesquisadora Luz Alba Fornells.
Ainda segundo a cientista, os locais escolhidos por essas aves para repouso, ou parada, dependem de vários fatores, como hábitos alimentares e táticas para esse descanso e para alimentação. “A costa do Rio de Janeiro é rica em vários pontos de repouso”, assinala.