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Exportação

Exportação de frango direto para China estimula indústria mineira

O Brasil tem 24 empresas brasileiras com potencial para exportar carne de frango diretamente para o mercado chinês.

As exportações de frango de Minas Gerais deverão aumentar em volume e, principalmente, gerar mais receita diante da perspectiva de abertura do mercado chinês para aquisições diretas do produto brasileiro. Essa projeção tem por base o anúncio do Ministério da Agricultura de que a China e o Brasil chegaram a um acordo para permitir que companhias brasileiras exportem a carne de frango para aquele país a partir da segunda quinzena de junho.

O Brasil tem 24 empresas brasileiras com potencial para exportar carne de frango diretamente para o mercado chinês. Segundo a Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), já fazem parte deste grupo as indústrias mineiras Rivelli Alimentos (Barbacena), Pif Paf Sadia (Visconde do Rio Branco) Da Granja (Uberaba) e Cossisa (Sete Lagoas).

Algumas dessas empresas terão mais facilidade para fazer o comércio direto com a China porque dependem apenas da habilitação a ser concedida pelo país.

Outras indústrias do grupo mineiro ainda precisam obter primeiramente a certificação da União Européia. Esta etapa é um pré-requisito porque o governo chinês considera que, ao atender às exigências dos compradores da UE, o exportador comprova as condições para seguir as normas de qualidade e segurança alimentar.

A Rivelli Alimentos já deu esse passo, porque está habilitada junto à União Européia, informa o diretor de vendas da empresa, Marcelo Assunção de Oliveira.

Ele acrescenta que atualmente, em Minas Gerais, apenas a Rivelli e a Sadia, de Uberlândia, têm a habilitação da UE. Segundo o executivo, há seis anos a Rivelli Alimentos iniciou as exportações de carne de frango, e atualmente a empresa vende para diversos mercados, como a própria China, neste caso fazendo exportações indiretas por meio de Hong Kong. Atende à Europa, alcançando a Alemanha, Holanda e Romênia, e também à Rússia, países da África e Oriente Médio, vendendo inclusive para os Emirados Árabes. Além disso, desde o ano passado, também faz embarques para Omã.

Para Marcelo Oliveira, a perspectiva de exportar a carne de frango diretamente para a China é muito boa. Sabemos, extra-oficialmente, que já existe licença para a exportação de 4 mil toneladas de carne de frango do Brasil para o mercado chinês, ele informa. O novo cenário vai possibilitar aumento da receita nas exportações da Rivelli, porque nosso produto não ficará mais sujeito ao subpreço imposto pelos negociadores que adquirem a carne para vender aos chineses, explica o diretor. Ele enfatiza que as negociações diretas possibilitarão maior rentabilidade e deverão estimular também a empresa a aumentar o volume exportado para aquele país.

Embora aponte essas possibilidades, o diretor de vendas da Rivelli esclarece que a empresa age com cautela quando o assunto é acordo com o governo chinês.

Existe uma grande distância entre as promessas feitas pela China e o seu cumprimento. Por isso, vamos continuar fazendo vendas indiretas por meio de Hong Kong para aquele país até a oficialização do acordo entre a China e o Brasil, finaliza.

O diretor comercial da Cossisa, Maurício Gontijo Gonzaga, considera positiva a perspectiva de abertura do mercado chinês para a carne de frango do Brasil.

Ele observa que o novo sistema beneficiará os exportadores mineiros que não contam com intermediários chineses em Hong Kong para colocar o produto naquele país. A Cossisa trabalha com essa intermediação, portanto consideramos que já temos acesso direto à China. Por isso, não precisamos imaginar uma situação nova, assinala o diretor.

Maurício Gonzaga explica que a Cossisa exporta também para a Rússia, Oriente Médio, Ásia, África, mas não tem negócios na Europa nem nos Estados Unidos.

Já a Pif Paf, que tem como mercado mais antigo o Oriente Médio, vende também cortes de aves para a África, Filipinas e a Ásia, alcançando inclusive a Rússia, entre outros mercados. Por enquanto a empresa alcança a China fazendo a intermediação por Hong Kong, mas não conta com o mesmo sistema adotado pela Cossisa para colocar o produto no mercado chinês. Por isso, tem interessa na comercialização por via direta. A indústria está em expansão para ter condições de obter a certificação da União Européia, que é considerada pré-requisito pelo governo chinês.

Suporte da produção – Segundo o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Tarcísio Franco do Amaral, a nova conquista dos exportadores de frango merece comemoração. Ele diz que a possibilidade de colocar a carne no mercado chinês, sem intermediação, significa um grande passo para a avicultura mineira.

Deixamos para trás a fase de venda do frango vivo, desenvolvemos a produção dentro das normas de sanidade e segurança alimentar e modernizamos a atividade em todos os aspectos, ele observa.

Para o empresário, esses fatores estão favorecendo a evolução de Minas como exportador de carne de frango. Além disso, contamos com o privilégio de uma grande produção de milho para atender a formulação de ração para as aves e estamos próximos dos portos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro, que facilitam o acesso do nosso produto aos mercados mundiais, finaliza o dirigente.

De acordo com a Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria da Agricultura de Minas, o Estado exportou, no ano passado, cerca de 121 mil toneladas de carne de frango. Os embarques feitos pelas empresas mineiras estão crescendo nos últimos anos e essa tendência se confirma ao serem avaliados os dados de janeiro a abril, divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Houve aumento de 14,66% na comparação com o volume registrado no mesmo período de 2008, sendo colocadas 13,8 mil toneladas do produto no mercado externo. No acumulado dos quatro meses do ano passado, os embarques somaram 11,1 mil toneladas. As informações são da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.