Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Empresas

Para DuPont, campo resiste à crise

Para Borel, aperto na oferta de crédito "é uma preocupação, mas não um problema.

Embora o ano tenha começado em ritmo mais lento que o de 2008 para o mercado de defensivos agrícolas, ainda há espaço para que o setor melhore seu desempenho, segundo avaliação do vice-presidente mundial da DuPont, James Borel, que está em visita ao Brasil. Sob o cenário de crise, a oferta de crédito para os agricultores ainda é um ponto sensível, embora não mais como foi a partir do segundo semestre de 2008.

O aperto na oferta de crédito “é uma preocupação, mas não um problema” para o setor, na avaliação da DuPont, segundo o executivo. E o Brasil, acredita ele, embora tenha seus obstáculos para o financiamento da atividade agrícola, está em melhor posição que outros países do mundo. “Os maiores problemas de crédito estão ocorrendo nas regiões central e leste da Europa”, afirma.

O recuo no mercado de defensivos no primeiro trimestre, segundo ele, foi de 22%. “Mas não podemos esquecer que a maior parte das vendas ocorrem ao longo do segundo semestre”, disse Ricardo Vellutini, presidente da DuPont Brasil. Em 2008, o faturamento total da companhia no país foi de US$ 1,8 bilhão. Cerca de 50% da receita foi obtida pela área agrícola, composta pela de defensivos e também pela de sementes, representada pela divisão Pioneer.

Fatores como a ainda elevada demanda chinesa por commodities agrícolas e o crescimento da população mundial, que exige mais produção de alimentos, tendem a manter aquecida a atividade agrícola, avalia Borel. “Veremos uma redução, mas não uma recessão, na agricultura no mundo. A crise é menos problemática na agricultura do que em setores como o imobiliário”, diz.

Em oposição à leitura feita por alguns analistas de que algumas commodities agrícolas – a soja entre elas – estão neste momento em uma “bolha” de preços altos, o executivo acredita que as cotações estão em um “nível realista” – e tendem a permanecer nesse patamar por algum tempo.

“A soja aos US$ 16 por bushel e o milho aos US$ 8 por bushel não estavam em um nível realista, assim como o milho negociado por US$ 2,50 por bushel também não era realista”, afirma – as cotações de soja e milho têm se mantido nos últimos dias acima de US$ 11 e US$ 4 por bushel na bolsa de Chicago, respectivamente. “Mas o certo é que as commodities encontraram um novo patamar médio de preços, que é maior que o anterior. Aos preços do passado não voltaremos mais”.

Em defensivos, a DuPont deu a largada em 2009 a um plano que prevê a ampliação de 7% para 10% de participação nesse mercado no Brasil em cinco anos. Ainda assim, no momento não está programado investimento para aumento de capacidade, segundo Borel. As unidades de produção de agroquímicos ficam em Camaçari (BA) e Barra Mansa (RJ).

Borel se disse particularmente entusiasmado com as iniciativas brasileiras no mercado de etanol. Em conjunto, DuPont e British Petroleum (BP) têm pesquisado nos últimos anos o biobutanol, combustível obtido a partir da fermentação de matérias-primas diversas, como beterraba, cana-de-açúcar, trigo e milho. A molécula do biobutanol tem dois carbonos a mais que a do etanol, o que amplia seu potencial de energia.