O Ministério da Agricultura reservou em R$ 4,09 bilhões para a comercialização da safra, subvenções, formação de estoques e instrumentos de ajuda aos negócios, como escoamento de alimentos, em 2009. O valor é recorde desde 1990, quando foi criada a maior parte das ferramentas para esse fim.
Deste total, R$ 3,4 bilhões já foram gastos até novembro, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Quando é reservado, o dinheiro fica restrito à comercialização, que, no caso atual, representa 15,5 milhões de toneladas de produtos.
Apesar de o recorde mais recente ter sido batido – há três anos, o governo repassou R$ 2,2 bilhões para os agricultores – a marca de maior quantidade de produtos que receberam apoio governamental mantém-se em 2006. Na ocasião, foram comercializados 21,7 milhões de toneladas de alimentos. Os valores foram atualizados pelo Ministério no último dia 10.
Este ano, os produtores de milho foram os maiores beneficiados. A eles foi destinado R$ 1,5 bilhão da Agricultura ou 37,5% do valor total. Em seguida, vieram os cafeicultores (R$ 928 milhões), e os produtores de algodão (R$ 550 milhões), trigo (R$ 448 milhões) e arroz (R$ 406 milhões).
A quantia separada para auxiliar a comercialização agrícola só este ano representa um quarto do total acumulado nos últimos sete anos, de R$ 12,2 bilhões. Nesse período, 63,8 milhões de toneladas de produtos receberam algum tipo de ajuda. Praticamente metade dessa quantia foi de milho (30 milhões de toneladas). A soja (17,3 milhões) e o trigo (7,5 milhões) também merecem destaque.
Para 2010, os técnicos da Pasta estão empenhados em conseguir um Orçamento para a Agricultura semelhante ao deste ano, de R$ 5,2 bilhões. Eles sabem que as receitas estão mais apertadas, mas o esforço tem se mantido porque há o temor de que a necessidade de intervenção, como ocorreu este ano por conta dos impactos da crise financeira internacional, volte ocorrer. O próprio ministro Reinhold Stephanes disse que se trata de uma preocupação, já que a expectativa é de que o próximo ano apresente menos problemas do que em 2009.