O Banco do Brasil vai manter sua estratégia de crescimento forte no mercado de crédito em 2010, e prevê uma alta de 20% nas operações no próximo ano. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo presidente da instituição, Ademir Bendine.
“Queremos continuar o crescimento e o cenário é extremamente positivo”, afirmou. Em novembro, o BB divulgou que a carteira total de operações do banco – que inclui prestações de garantias e carteira externa – estava em R$ 301,4 bilhões, crescendo 41% em 12 meses. A participação da instituição no mercado atingiu percentual histórico, de 20,1%.
De acordo com Bendine, o aumento nas operações vem se mantendo nos últimos meses de 2009, em especial na carteira de consumo.
O presidente do BB afirmou ainda que a inadimplência no crédito deve voltar a cair nos próximos meses. “Com a retomada dos financiamentos, já atingimos um grau de maturidade e a tendência para a inadimplência agora é operar lateralmente ou em pequena queda”, disse.
Sobre a tendência de queda de juros, uma das marcas da atuação agressiva do BB no mercado neste ano, Bendine afirmou que dois movimentos podem ajudar a manter essa redução: a queda na inadimplência e a melhoria da eficiência nas operações do banco.
Além disso, ele ressaltou que a consolidação do mercado bancário no Brasil, com a concentração em torno de seis grandes bancos, aumentou a concorrência, o que faz com que os bancos melhorem suas condições.
“Temos uma tendência clara de juros mais baixos”, completou vice-presidente de Finanças do banco, Ivan Monteiro. “Quem não souber originar negócios, vai estar fora do mercado.”
Eficiência
No último dia 30, a integração societária da Nossa Caixa ao Banco do Brasil foi concluída e o banco anunciou um grande plano de expansão para o Estado de São Paulo.
Segundo números apresentados por Bendine e Monteiro, o BB deve economizar R$ 100 milhões apenas nos investimentos em tecnologia para a rede de agências da Nossa Caixa e com a troca dos cartões dos clientes do banco paulista por plásticos com chip, para evitar fraudes.
Bendine afirmou, ainda, que nos próximos anos o mercado deve assistir a algumas parceiras entre bancos concorrentes para ganhar eficiência em suas operações. Um exemplo dado por ele foi a utilização conjunta dos caixas eletrônicos.
“Os caixas tem uma ineficiência brutal. Não há concorrência em ATM”, disse. “Só o BB tem 42 mil caixas eletrônicos, isso é caríssimo.”
De acordo com o presidente do banco, as instituições financeiras estão em constante negociações para fechar este tipo de parceria. “Agora, está faltando acelerar esses processos”, disse.