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Unir metodologias

<p>IBGE e Conab estão na tentativa de uniformizar metodologia. Encontro técnico, com participação do Imea, debateu os procedimentos utilizados.</p>

A cada dois meses, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)  e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgam levantamentos sobre a safra agrícola. Mas nem sempre os números “batem”. Com isso, o governo federal fica sem uma informação unificada sobre o prognóstico de plantio e estimativa de produção, informações que orientam todo o planejamento de política agrícola ao País.

Para tentar uniformizar estes dados, técnicos do IBGE e Conab estiveram reunidos ontem na sede da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Várzea Grande, para discutir as metodologias de pesquisa entre as duas instituições, durante o I Encontro Técnico sobre Levantamento da Safra no Estado de Mato Grosso. O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), outra entidade que executa o trabalho, também participou do evento.

“Trocamos experiências e mostramos a nossa metodologia para prognóstico de plantio e estimativa de safra em níveis municipal, estadual e nacional”, explicou o superintendente do IBGE, em Mato Grosso, Delvaldo Benedito de Souza.

O objetivo do encontro, segundo ele, foi debater as metodologias colocadas em práticas hoje pelos institutos de pesquisa, entidades e órgãos governamentais. “Logicamente pode acontecer de os números não serem 100% iguais”, admitiu Delvaldo.

“No caso do IBGE e Conab, embora haja uma pequena diferença, os números são basicamente os mesmos, com margens mínimas e que servem de referência para a tomada de decisões”.

De acordo com Pedro Nessi Snizek Júnior, supervisor de Pesquisa Agropecuária do IBGE, o levantamento do órgão já é feito em conjunto com os técnicos da Conab, que atuam em municípios que detêm mais de 90% da produção agrícola do Estado. “Nossos dados são confiáveis e refletem bem a nossa realidade”, aponta o pesquisador.

O IBGE conta com oito técnicos trabalhando em parceria com a Conab. Em janeiro o órgão deverá divulgar a primeira estimativa com dados consolidados da safra 09/10 para todas as culturas.

Segundo Eledon Oliveira, técnico da área de avaliação de safra da Conab, a metodologia para estimativa de safra em Mato Grosso é desenvolvida em conjunto com o IBGE e contempla seis roteiros de produção no Estado: Serra da Petrovina/Rondonópolis, Primavera do Leste/Campo Verde, Sorriso/Nova Ubiratã, Lucas do Rio Verde/Nova Mutum, Diamantino e Sapezal/Campo Novo.

“A cada dois meses visitamos empresas (tradings), produtores e órgãos ligados à agricultura nessas regiões para colher informações e atualizar nossas estimativas”.

Ele explicou que a pequena diferença nos dados dos dois órgãos se deve à época da coleta das informações. “Se realizamos uma pesquisa na quarta-feira da semana passada, por exemplo, e no final da semana ocorreu uma alteração climática forte, ou um ataque de insetos nas lavouras, as projeções da Conab serão um pouco diferentes por causa destes eventos que alteram as expectativas dos produtores em relação à produtividade e índices de perdas”.

Outra entidade que realiza a pesquisa de safra no Estado é o Imea, vinculado à Federação da Agricultura e Pecuária (Famato). De acordo com a analista de Grãos, Maria Amélia Tirloni, os técnicos do instituto mantém contatos com representantes de tradings, revendas, órgãos de defesa agropecuária, sindicatos rurais e produtores de sete regiões-polo do Estado, que respondem por 92% da produção agrícola, para colher informações. “Fazemos escala dos 60 maiores municípios produtores e divulgamos levantamentos mensais”, explica ela.