O setor exportador de carne suína ainda sofre reflexos da crise financeira internacional. Os volumes embarcados até têm crescido, mas os preços despencaram em relação ao ano passado. Entre janeiro e outubro deste ano, a queda foi de quase 30%, conforme levantamento da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Só no mês de outubro, o recuo foi de 32,74% na comparação com o mesmo intervalo de 2008.
Em nota, o presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, diz que os preços deprimidos refletem “as crises financeira e setorial, que atingem os principais países produtores. União Europeia, Estados Unidos e Canadá atravessam crise no setor de suínos”. Ele acrescenta que a valorização do real também impacta a rentabilidade dos produtores, agravando a situação do setor.
Em outubro, as vendas externas de carne suína somaram 63,03 mil toneladas, 34,31% mais que no mesmo mês de 2008. A receita com as vendas, porém, caiu 9,67%. Já entre janeiro e outubro, as exportações cresceram 8,68%, para 511,76 mil toneladas. Mas o recuo na receita foi brusco: 23,2%, para US$ 1,02 bilhão.
A estimativa da associação é que o País exporte este ano pouco mais de 600 mil toneladas.
Até outubro, a Rússia seguiu sendo o principal cliente do Brasil na carne suína, com compras de 228,6 mil toneladas (alta de 12,23%). O segundo maior importador, Hong Kong, comprou 101,25 mil toneladas de carne suína do Brasil, alta de 8% em relação a igual período de 2008. Já a Ucrânia importou 50.465, aumento de 5% na mesma comparação, segundo a Abipecs.
Para Camargo Neto, a expectativa de que o real continue valorizado em relação ao dólar no próximo ano reforça a necessidade abrir mercados com “preços mais atraentes”, como União Europeia, EUA e Japão. De acordo com o executivo, informações preliminares indicam que a missão da UE que visitou Santa Catarina, foi positiva. Agora, falta a UE enviar missões ao Rio Grande do Sul e Paraná. Em relação aos EUA, o processo para abrir o mercado americano está paralisado.