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Economia

Dólar sobe

<p>Moeda fecha em alta pois mercado percebe que houve antecipação da melhora econômica, diz especialista.</p>

O dólar comercial chegou a operar em baixa em parte da manhã de ontem (28/10), mas conforme as bolsas e as commodities perderam sustentação, os compradores resolveram ampliar suas posições defensivas.

Com isso, o dólar comercial fechou o dia valendo R$ 1,753 na compra e R$ 1,755 na venda, alta de 0,92%. O preço é maior desde o dia 7 de outubro.

Na roda de “pronto” da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM & F), o dólar subiu 0,91%, para fechar a R$ 1,7545. O volume negociado subiu 18%, para US$ 276 milhões. No interbancário os negócios tiveram alta de 26%, para US$ 2,4 bilhões.

Segundo o gerente de operações da Terra Futuros, Arnaldo Puccinelli, o mercado está voltando à realidade, ou seja, começa a perceber que houve uma antecipação exagerada da melhora econômica. “Os risco não estão completamente sanados”, aponta o especialista, indicando que novos problemas ainda podem surgir do lado financeiro de economias desenvolvidas e também das emergentes.

Por aqui, o ponto que mais preocupa é a questão fiscal, diz o gerente da Terra, já que os gastos seguem aumentando enquanto a arrecadação encolhe.

Voltando o foco para o mercado externo, Puccinelli, aponta que a aversão ao risco cresceu muito nos últimos dias, algo evidenciado pelo comportamento dos títulos da dívida americana. O investidor sai de bolsa e commodities e vai para o “porto seguro” da dívida americana. “Isso acaba fortalecendo o dólar com relação a outras moedas.”

O gerente explica, ainda, que o estrangeiro que percebe essa valorização do dólar em um momento de correção na bolsa tem que correr para zerar posições, pois caso contrário pode perder tanto na bolsa quanto no dólar. “Esse fator está acelerando esse movimento de correção”.

Ainda de acordo com Puccinelli, como a virada de humor é um tanto brusca, há certo desespero no mercado.

Partindo para uma análise técnica, o especialista aponta que o investidor deve observar o ponto de R$ 1,776 no dólar futuro, pois caso rompido pode levar o dólar de volta a linha de R$ 1,80.

O que assusta um pouco também é o ajuste na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que já perdeu mais de 9% em sete pregões. A questão é que se há saída de recursos da bolsa, há maior pressão no dólar.

Segundo Puccinelli, um estudo técnico que considera as posição de grandes agentes de mercado mostra que uma resistência importante foi rompida ontem no mercado de Ibovespa futuro, mostrando que os agentes viraram a mão de comprados para vendidos.