Foi realizada, no dia 21 de outubro, em Brasília, na sede da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) a primeira reunião do Conselho Consultivo do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), que começa assim a ser formalmente implementado nos sete estados previstos inicialmente. O Projeto, uma parceria entre a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), o Sebrae Nacional e a CNA, tem por objetivo final aumentar o consumo per capita de carne suína entre os brasileiros de 13 Kg para 15 Kg num prazo de 03 anos, contra uma média européia de 45 Kg.
Na oportunidade, o Presidente da ABCS, Irineu Wessler, nomeou o Conselheiro de Relações com o Mercado da entidade, Rubens Valentini, como representante da instituição no Comitê Executivo do Projeto. Para Wessler, “o PNDS oferece a possibilidade de uma verdadeira revolução na forma com que a carne suína é comercializada no país”. “Mas, isto não é suficiente”, afirmou: “é preciso engajar cada suinocultor, cada peça da cadeia produtiva neste processo, é preciso criar um movimento em favor do aumento de consumo da carne suína no Brasil”.
Em sua apresentação, Rubens Valentini fez um breve relato sobre o histórico do Projeto, cuja construção consumiu mais de dois anos e envolveu inúmeros parceiros da idéia. Ele disse que está confiante de que será possível alcançar a meta desenhada para o prazo de três anos, “mas muito além disto é importante conscientizar a cadeia produtiva do significado estratégico deste trabalho voltado para posicionar corretamente a carne suína no mercado interno do país”.
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Tanto Wessler quanto Valentini destacaram que não se trata de minimizar a importância das exportações para a saúde financeira e o equilíbrio econômico do setor. Mas, de um lado existe o potencial do mercado externo que é visivelmente limitado por diversos aspectos, mas particularmente pelas restrições que os principais importadores do mundo fazem quanto aos produtos originários de países que ainda tem o status livre de aftosa com vacinação. Dos vinte principais importadores, apenas Rússia e Hong Kong não operam aquelas restrições, daí resultando que cerca de 60 por cento das exportações brasileiras são canalizadas para aqueles dois países.
Enquanto isto, a dimensão do mercado interno brasileiro e o crescente aumento de renda permitem que um projeto de ampliação de apenas 2 Kg no consumo represente por exemplo o consistente incremento de 200 mil matrizes no campo, ou o equivalente ao plantel de Minas Gerais.
Rubens Valentini já marcou uma reunião operacional do Comitê Executivo do Projeto para a próxima segunda-feira. Estiveram presentes ao encontro de ontem representantes de quase todas as entidades afiliadas à ABCS:Valdecir Folador, da Acsurs, do Rio Grande do Sul; Wolmir de Souza, da ACCS, de Santa Catarina; José Luiz Vicente da Silva, do Paraná; Valdomiro Ferreira, de São Paulo; João Bosco Martins e José Arnaldo Cardoso Penna, de Minas Gerais; José Marcelino e Crenilda Neves, de Goiás; Marcelo Lopes e Douglas Mello, de Brasília; e José Pupim e Nélio Hand, do Espírito Santo.
O Sebrae Nacional foi representado por João Fernando Nunes de Almeida. Dos Sebraes estaduais vieram José Carlos De Luca, Superintendente do Sebrae-DF e parceiro histórico do projeto; Thiago Costa, do Espírito Santo; e Wanderson Portugal, de Goiás.
O Ministro da Agricultura se fez representar por Marcio Portocarreiro, Secretário de Desenvolvimento e Cooperativismo do Mapa. Também do Mapa estiveram presentes o Diretor do Departamento Nacional de Cooperativismo (Denacoop) Daniel Amin Ferraz, que na semana anterior esteve com um grupo de empresários brasileiros visitando frigoríficos de suínos na Espanha, além de João Antônio Fagundes Salomão do Departamento de Política Agrícola e Sônia Azevedo Nunes, Coordenadora das Câmaras Setoriais e Temáticas do Ministério da Agricultura.
Do parlamento vieram os deputados Luiz Carlos Heinze (RS) e Paulo Piau (MG). Do Ministério do Desenvolvimento do Desenvolvimento, Indústria e Comércio veio Aneli Dacás Franzmann, Diretora do Departamento das Indústrias Intensivas em Mão de Obra e Recursos Renováveis (Deorn).
Ao final do evento foi servido um coquetel elaborado dentro do conceito central do projeto, que pretende inserir a carne suína no cotidiano dos brasileiros, com kibes, risoles, pastéis e lasanha, todos feitos a partir de carne suína.
