O Paraná teve uma participação de 14,8% no valor da produção agrícola nacional em 2008. A informação consta da pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM), divulgada sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A participação paranaense foi a segunda maior do País, atrás apenas de São Paulo, que representou 15,6% do valor total.
A pesquisa do IBGE abrange dados sobre a produção de 64 culturas. Segundo o instituto, em 2008 o valor da produção agrícola do Brasil atingiu R$ 148,4 bilhões, o que representou um aumento de 27,3% em relação a 2007. O IBGE relatou que esse grande incremento foi resultado do aumento dos preços da soja, do milho, do feijão e do arroz, e da maior produção de cana-de-açúcar, café e trigo.
O Paraná teve participação destacada entre as culturas que representaram a maior parte do valor da produção agrícola do País em 2008. Segundo os números do IBGE, no ano passado, o Paraná foi o Estado que mais produziu feijão (22,3% de toda a produção nacional), milho (26,5%) e trigo (50,9%), além de ter grande representatividade na produção de café (5º maior produtor, com uma participação de 5,6%), cana (2 colocação, com 7,9%), laranja (5º, com 2,8%) e soja (2º, com 19,9%).
De acordo com o IBGE, o Paraná apresentou aumento na produção em seis dessas sete culturas em relação a 2007: as maiores altas paranaenses foram no café, com variação de 60,8%, e no trigo, com 59,2%. A exceção foi a soja, na qual houve uma pequena queda de produção, de 0,6%, contra um aumento nacional de 2,4%. Na produção de trigo, Londrina foi o terceiro município brasileiro com maior produção, com cerca de 70,4 mil toneladas, desempenho inferior apenas a Tibagi (101 km ao norte de Ponta Grossa) e a Campos Novos (SC).
A economista Gilda Bozza, da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), comentou que os paranaenses têm mantido a média na participação no valor da produção agrícola nacional. “”O Paraná vem mantendo uma participação na casa dos 14%. Mas esses números são muito bons, pois é preciso lembrar que nos últimos anos o Paraná enfrentou vários problemas, como estiagens, geadas, ferrugem de soja””, afirmou.
Gilda apontou que neste ano alguns itens em que o Paraná se destaca, como o milho, o feijão e o trigo, estão abaixo do preço mínimo. Ainda assim, a economista não acredita que o Estado perderá influência na participação no valor da produção agrícola. “O Paraná tem uma agricultura variada e isso pode compensar quando uma ou outra cultura enfrentam problemas”, explicou.